A última cotação do dólar foi na quinta-feira e os mercados estarão fechados até segunda, devido as festividades (Semana Santa e feriado de Tiradentes). O valor do dólar no Brasil permanece inalterado nesse período porque não há negociações cambiais nos finais de semana e feriados.
Na quinta-feira (17), o dólar teve uma queda firme de 1,00% e fechou cotado a R$5,8069, voltando a se aproximar do patamar de R$5,80. Essa baixa ocorreu em um ambiente de maior apetite global por risco, com os investidores buscando moedas de países emergentes e exportadores de commodities, como o Brasil. Ao longo da semana, o dólar acumulou queda de 1,07%, embora ainda registre uma alta de 1,75% no mês de abril.
A desvalorização do dólar foi impulsionada principalmente pelas declarações do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, sobre possíveis avanços nas negociações comerciais com a China. Trump afirmou que espera firmar um acordo “muito bom” com os chineses, o que aumentou a confiança dos mercados em uma eventual redução das tensões da guerra tarifária, favorecendo moedas como o real. Além disso, o petróleo subiu mais de 3% no mercado internacional, beneficiando o Brasil por ser um grande exportador da commodity. Internamente, o mercado também reagiu a revisões nas projeções de inflação para 2025, como a do Itaú, que reduziu sua expectativa de 5,7% para 5,5%, o que pode atrair mais investidores estrangeiros interessados em juros reais mais elevados.
Outro fator importante que influenciou o câmbio foi o embate público entre Trump e Jerome Powell, presidente do Federal Reserve. Trump criticou Powell duramente, dizendo que ele está “sempre muito atrasado e equivocado” na condução da política de juros dos EUA. A declaração veio um dia após Powell afirmar que as tarifas impostas por Trump estão em níveis muito superiores ao esperado, mesmo nos cenários mais extremos, e que isso dificulta o trabalho do Fed de conter a inflação e manter o mercado de trabalho aquecido. Essa troca de críticas entre os dois elevou a percepção de instabilidade política e econômica nos EUA, o que, paradoxalmente, reforçou a migração de investidores para mercados emergentes com fundamentos momentaneamente mais atrativos.
Lembrando que na véspera, quarta-feira (16), o dólar fechou em queda de 0,43%, encerrando o dia cotado a R$5,86. Na terça-feira (15), voltou a subir após dois dias de queda, encerrando o pregão com alta de 0,66%, cotado a R$5,8909. Na segunda-feira (14), encerrou em queda de 0,30% frente ao real, cotado a R$ 5,8520. Na sexta-feira (11), caiu 0,49% e fechou cotado a R$5,8698.
A divisa americana fechou os últimos 12 meses (52 semanas) em 11,05% e com variação de cotação entre R$4,9281 mínimo e R$6,3144 na máxima. No primeiro pregão do ano de 2025, dia 2 de janeiro, o dólar foi cotado a R$6,1798.
Abril até agora
Os primeiros dias de abril foram marcados por forte volatilidade no mercado cambial, refletindo a intensificação da guerra tarifária entre EUA e China. O dólar teve forte alta de 3,68% na sexta-feira (04), atingindo R$5,83, caiu 1,18% na quinta (03) com o anúncio de tarifas, alcançando R$5,62, menor cotação do ano. Na semana seguinte, o dólar voltou a subir, fechando a R$5,91 na segunda-feira (7) e atingindo R$5,99 na terça (8), maior valor desde janeiro. Na quarta (09), recuou 2,53% para R$5,84.
Como foi o mês de março
No mês, o dólar caiu 3,55%, fechando a R$ 5,7053, impulsionado pelo fluxo estrangeiro positivo e pela alta da Selic. Destaca-se a forte baixa de 2,72% no dia 5, fechando a R$ 5,7558, a maior perda percentual desde 2022. Outras quedas expressivas ocorreram nos dias 14 (-0,90%), 17 (-0,99%), 19 (-0,47%) e 25 (-0,78%), com a cotação chegando a R$ 5,6486 no dia 19, seu menor valor em cinco meses. A única alta relevante ocorreu no dia 10, quando subiu 1,13%, atingindo R$ 5,85.
Dados Relevantes de Fevereiro
Fevereiro mostrou uma tendência de queda no dólar. Na sexta-feira (14), a moeda fechou em baixa de 1,22%, cotada a R$ 5,6974. Na quinta-feira (06), houve uma queda de 0,49%, encerrando o dia a R$ 5,7649. Na quarta-feira (05), o dólar interrompeu uma sequência de 12 quedas consecutivas, registrando uma leve alta de 0,37%, alcançando R$ 5,7935. Já na terça-feira (04), a moeda recuou 0,76%, fechando em R$ 5,7712, influenciada por dados que apontaram uma menor demanda por mão de obra nos Estados Unidos.
Dados Relevantes de Janeiro
Em janeiro, o dólar mostrou tendência de quedas. Entre as maiores quedas está a terça (28), que fechou cotada em R$ 5,8691 (-0,74%). Na terça (14), caiu 0,84% (R$ 6,04) com inflação moderada nos EUA. Antes, subiu 0,99% (R$ 6,10) na sexta (10) por dados positivos do emprego americano. Na quinta (09), caiu 1,10% (R$ 6,04) por baixa liquidez no feriado dos EUA.
O Dólar em 2024
Para 2024, esperava-se que o desempenho do dólar fosse influenciado pela situação fiscal no Brasil e possíveis cortes na taxa de juros pelo Fed americano. A taxa Selic ficou em maior parte do tempo em 11,25%, enquanto a projeção dos economistas para a taxa de juros brasileira em 2024 era de 9%. No acumulado de 12 meses, o dólar subiu 28,1% frente ao real, variando entre R$ 4,8015 e R$ 5,8749.
Aqui nesta sessão, atualizamos a cotação do dólar/real e fazemos uma análise diariamente de segunda a sexta.