“Babenco: Alguém tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou”, filme/documentário dirigido por Bárbara Paz foi escolhido como a produção brasileira para disputar uma das cinco vagas que concorrem ao prêmio de Melhor Filme Internacional no Oscar 2021. Infelizmente, na terça-feira (09), a pré-lista com os indicados saiu e o filme brasileiro ficou de fora.
A produção é uma homenagem da diretora e atriz Bárbara Paz ao marido, Hector Babenco, falecido em 2016, aos 70 anos. Os paralelos entre a luta enfrentada pelo diretor contra o câncer e a sua paixão pela sétima arte marcam o documentário. Diagnosticado com câncer aos 38 anos, o diretor enfrentou longa batalha pela vida até os 70 anos. De acordo com o próprio documentário e as falas de Babenco, ele fazia filmes para sobreviver. Queria viver sempre para poder fazer mais um filme.
E muitos momentos finais de sua trajetória de vida foram filmados pela sua ex-esposa e diretora, Barbara Paz. “Eu tinha que contar a história desse homem, como uma despedida. Queria deixar registrado antes que não houvesse tempo”, ela relevou ao Diário de Pernambuco.
No longa, cenas de Babenco internado no hospital se misturam com relatos firmes, imagens de rotina em casa e trechos de filmes do diretor como Pixote: a lei do mais fraco (1980), O beijo da mulher aranha (1985) e Carandiru (2003). Após a morte de Hector e com um vasto acervo em mãos, Bárbara mergulhou no processo de roteirização, montagem e edição por quase três anos.
A produção foi premiada como Melhor Documentário em mostra do Festival de Veneza de 2019 e no Festival de Viña Del Mar, no Chile, em 2020.
Apesar de Babenco ter ficado de fora, vale lembrar que ainda há um representante brasileiro na disputa: “Bacurau”. O filme de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles pode ter ficado de fora da edição de 2020, mas em 2021 está elegível para todas as categorias de filmes de ficção, com exceção de Melhor Filme em Língua Estrangeira. O Oscar 2021 acontece no dia 21 de abril.
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