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A diretora da Anvisa, Meiruze Freitas, na reunião extraordinária que aprovou o uso emergencial das duas vacinas. (Foto: Divulgação/Anvisa)

O uso emergencial das vacinas de Oxford/AstraZeneca e Coronavac, feitas pelo laboratório chinês Sinovac e produzida em parceria com o Instituto Butantan, foi aprovado no último domingo (17). A decisão foi tomada em unanimidade pela diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), porém com ressalvas. Agora, a população brasileira poderá receber as vacinas aprovadas.

A diretora da Anvisa, Meiruze Freitas, foi a relatora dos pedidos, e também a primeira a votar. A expressão dela foi favorável à aprovação do uso emergencial temporário dos imunizantes. “Ressalvadas algumas incertezas pelo estágio das vacinas em desenvolvimento, os benefícios das duas candidatas superam os riscos e ambas atendem os critérios de eficácia e segurança”, frisou Meiruze.

Os votos seguiram as recomendações de três áreas técnicas da Anvisa: a Gerência-Geral de Medicamentos, a Coordenação de Inspeção e Fiscalização de Insumos Farmacêuticos e a Gerência-Geral de Monitoramento de Produtos Sujeitos à Vigilância Sanitária. Os três setores destacaram que o uso foi aprovado, mas que será preciso acompanhar a evolução das duas vacinas, com monitoramento das “incertezas e reavaliação periódica” dos dados.

O gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes, afirmou que, apesar de falta de dados sobre as duas vacinas, o uso das substâncias seria benéfico por conta do cenário da pandemia no Brasil e pela ausência de uma alternativa para tratamento contra a Covid-19.

A agência calculou que a eficácia geral da vacina de Oxford/AstraZeneca é de 70,42%. Especificamente no Brasil, com duas doses, a eficácia seria de 62%. O gerente-geral apontou uma ausência de dados que comprovem que o imunizante que será importado para o Brasil é igual ao que a AstraZeneca pretende registrar no país. “Pode constituir produtos diferentes, ainda que possuam categorias similares”. No caso da Coronavac, a eficácia calculada é de 50,39%.

Gustavo Mendes também afirmou que há dúvidas sobre a eficácia dos imunizantes na população acima de 65 anos e sobre resultados do uso de doses mais baixas ou da aplicação de apenas uma dose. Ele completou, destacando que os dados não permitem conclusões sobre a eficácia contra formas mais graves da Covid-19. “Existe tendência favorável à proteção, mas precisamos acompanhar mais de perto”, disse.

A vacinação contra a Covid-19 começa na terça-feira (19), às 10h, em todo o país, para os grupos prioritários. O anúncio foi feito no domingo (17), pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, durante coletiva no Rio de Janeiro. ebcebc

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