Na embriaguez dos diversos frevos, no batuque dos maracatus, nas marchinhas e cores dos blocos líricos, na imensidão dos bonecos gigantes, no calor de sol e de gente no Galo da Madrugada e nas ladeiras de Olinda, recifenses, olindenses e pessoas dos mais variados lugares do Brasil e do Mundo inebriam-se durante o Carnaval.
Em Recife e Olinda, as prévias de blocos tradicionais reúnem centenas de pessoas. Não é só o número de turistas que visitam as duas cidades nesse período que faz desse um dos maiores carnavais do Brasil. A expressividade da festa deve-se muito a união de manifestações culturais populares diversas. O Frevo, o Caboclinho, o Maracatu, o Samba e o Afoxé são expressões que podem ser vivenciados com intensidade durante os cinco dias da Festa de Momo.
A abertura oficial do Carnaval do Recife é feita com o encontro de Nações de Maracatu de Baque Virado no Marco Zero. Por anos, o comando foi do percussionista Naná Vasconcelos, falecido em 2016. “O maracatu representa muitas coisas e já vem de muito longe. No Carnaval, nós temos muito trabalho, mas a gente gosta de fazer. Não ter esse encontro de Nações na abertura seria muito ruim, por isso a gente lutou para manter”, afirma Marciel Agripino, presidente do Maracatu Estrela Dalva. É nesse momento que cada nação consegue projetar sua tradição e que os maracatus ganham visibilidade.
Quem faz as honras da abertura não oficial do Carnaval de capital pernambucana é o tradicional Galo da Madrugada, conhecido como maior bloco do mundo, que sai no Sábado de Zé Pereira e tem como alegoria maior o Galo Maestro. Com cerca de 15 toneladas, o Galo começa a ser montado na Ponte Duarte Coelho, área central do Recife. A partir daí, quem já está aproveitando as prévias e quem chegou na cidade na sexta ou sábado podem se divertir em vários polos culturais. Ouvir e cantar os frevos, sentir no coração a batida dos maracatus, ousar nas fantasias e brilhos e curtir os grandes shows que acontecem em palcos espalhados pela cidade.
Em Olinda, na manhã do sábado, já tem ladeiras lotadas, blocos e troças sem encontrando nas estreitas ruas tomadas de cores e sons. A Cidade Alta é lugar certo para brincar durante a manhã e à tarde, quando é possível acompanhar os desfiles de agremiações tradicionais como Pitombeiras dos Quatro Cantos, Vassourinhas e Marins dos Caetés. Entre os maiores blocos, está o Eu Acho é Pouco, fundado em 1976. O tradicional dragão e a orquestra percorrem o Sítio Histórico no sábado e na terça.
Na meia noite do sábado para o domingo, o tradicional Homem da Meia Noite comanda a folia. Patrimônio Vivo de Pernambuco desde 2006, a figura mística de cerca de 3,5 metros de altura é símbolo do Carnaval da cidade. Sua aparição, com direito a muito frevo e serpentina, é aguardada ansiosamente pelos foliões.
Via Brasil de Fato
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