Com cada vez mais desastres naturais sendo registrados – como furacões, enchentes, além do aumento ou diminuição da temperatura – não é de admirar que a população tema cada vez mais a ocorrência desses fenômenos em suas localidades.
De acordo com um estudo da Moody’s Analytics, que analisa as cidades dos Estados Unidos que são mais vulneráveis às mudanças climáticas, diversas regiões do país devem se preparar para os efeitos de curto e longo prazo de desastres naturais. Isso porque, além dos impactos físicos, o aquecimento global remodelará as economias das cidades americanas. As áreas da Carolina e da Flórida, especificamente, enfrentam um futuro complicado.
Como funcionou a análise
O relatório da Moody’s Analytics, divulgado em 9 de março de 2023, realizou as análises a partir de duas categorias diferentes de riscos: os de longo e de curto prazo. Os de longo prazo englobam os impactos de seca, calor e elevação do nível do mar. Já os de curto prazo fazem referência a desastres naturais, incluindo furacões, incêndios e enchentes. Os resultados refletem a exposição de uma cidade e seus danos potenciais às economias locais.
Impactos do aquecimento global
A análise verificou os riscos relacionados aos desastres naturais provocados pelo clima: furacões, incêndios e enchentes. Os riscos econômicos decorrentes dessa medida foram mais concentrados ao longo da Costa Leste, em parte porque o número de furacões pode ser tão alto.
A Flórida, Louisiana, Carolina do Sul e Carolina do Norte foram os estados mais atingidos por desastres climáticos, enquanto as cidades mais afetadas por eles foram quase todas na Carolina e na Flórida.
De acordo com o relatório, a cidade de Nova York pode vir a ter complicações decorrentes a desastres naturais, já que “que Manhattan está cercada de água e as frequentes inundações podem se revelar preocupantes para uma economia onde muita atividade – e a capacidade de viajar – está ligada a túneis de terra ou metrô de baixa altitude”.
Já a área de São Francisco, a quarta maior do país em termos de produto interno bruto, não é a pior quando se enfrenta individualmente qualquer um dos três desafios de longo prazo, mas tem problemas cumulativos maiores.
Cidades menos impactadas
Algumas áreas se saíram relativamente bem em alguns dos indicadores. Kentucky, Louisiana e Tennessee têm aquíferos que os isolam da seca. Como Montana e Dakota têm um clima frio, além de não ficarem em regiões costeiras, estão mais bem protegidos contra os desafios físicos de um clima de aquecimento. Contudo, as suas economias dependentes de combustíveis fósseis enfrentam desafios à medida que o mundo transita em direção à energia renovável.
Algumas cidades ainda foram surpreendentemente resistentes aos desafios crônicos relacionados à mudança climática, mesmo que permaneçam expostas a desastres ligados ao clima, tais como furacões. Baton Rouge, capital do estado de Louisiana, se beneficia do amplo acesso à água doce e, como não está na costa, é poupada da elevação do nível do mar.
“Há muita variação. É muito claro que a mudança climática terá um impacto nas economias regionais nos próximos 30 anos, mas a forma como isso vai ocorrer depende de como as coisas se processam em termos de políticas”, disse Adam Kamins, diretor sênior da Moody’s Analytics, que escreveu o relatório.
Medidas preventivas
O relatório tentou projetar as consequências econômicas da adaptação à mudança climática, modelando o que aconteceria se a sociedade americana tomasse medidas preventivas contra os impactos.
Por exemplo, se os Estados Unidos tomarem medidas rápidas para se afastarem dos combustíveis fósseis, estados dependentes desse tipo energia, como o Alasca e Oklahoma, serão mais atingidos economicamente do que outros.
Já se forem tomadas ações tardias, estados com maiores riscos físicos, como Flórida, Nova Jersey e Nova York, enfrentarão consequências econômicas mais dolorosas.
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