pexels kindel media 7667731Uma pesquisa realizada na Universidade Estadual do Oregon identificou que dois ácidos canabinóides podem ser capazes de impedir que o coronavírus penetre em células humanas, ou seja, são efetivos na prevenção de covid-19.

Os testes laboratoriais, divulgados no Journal of Nature Product, indicaram eficácia contra as variantes alfa e beta e mostraram que o ácido canabigerólico (CBGA) e o ácido canabidiólico (CBDA) podem impedir que o coronavírus invada as células humanas.

Os dois ácidos são comumente encontrados em variedades de cânhamo – Cannabis sativa. Por meio de uma técnica inovadora de triagem química, executada por pesquisadores da Universidade de Oregon (OSU), descobriu-se que se ligam à proteína spike do coronavírus e, dessa forma, bloqueiam uma substância que o patógeno usa para infectar.

De acordo com Richard van Breemen, pesquisador do Centro Global de Inovação em Cânhamo da OSU e o principal autor do estudo, os canabinóides não são substâncias controladas como o THC, o ingrediente psicoativo da maconha, e têm um bom perfil de segurança em humanos.

O cânhamo é usado em todos os tipos de produtos, incluindo alimentos, cosmético, loções corporais e suplementos alimentares. É válido lembrar que cânhamo e maconha são a mesma espécie de planta: Cannabis sativa. A diferença está em seus hábitos de crescimento específicos. O cânhamo é qualquer linhagem de Cannabis sativa que contenha menos de 0,3% de THC (o principal composto psicoativo da planta). “Esses compostos (criados a partir do cânhamo), que podem ser tomados por via oral, têm um longo histórico de uso seguro em humanos”, afirma Van Breemen. “Eles têm o potencial de prevenir e tratar a infecção por Sars-Cov-2″.

pexels harrison haines 3536257Embora o estudo ainda esteja numa fase inicial, os pesquisadores acreditam que os ácidos canabinóides podem ser usados em medicamentos para prevenir, tratar ou até encurtar uma infecção pelo coronavírus.

Ele agiriam bloqueando a infecção ao se conectarem às proteínas spike e, assim, impedindo-as de se ligarem à enzima ACE2, abundante na membrana externa das células endoteliais dos pulmões e de outros órgãos. Van Breemen enfatiza que o uso do compostos que bloqueiam a interação entre vírus e o receptor já se mostraram úteis em pacientes de outras infecções virais, como HIV-1 e hepatite.

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