De acordo com um novo estudo divulgado na terça-feira (04/08) na revista “Science” por um grupo americano de pesquisa, pessoas que nunca foram infectadas pelo Sars-CoV-2, o causador covid-19, podem ter imunidade contra esse patógeno caso já tenham sido infectadas por outros tipos de coronavírus — que nunca foram monitorados em escala global, por causarem apenas resfriados mais amenos.
Liderado pelo biólogo colombiano José Mateus, do Instituto de Imunologia de La Jolla, na Califórnia (EUA), o estudo descreve como amostras de sangue coletadas antes de 2019 foram capazes de reagir contra o novo coronavírus. O tipo de resposta imune contra o patógeno, porém, não foi do tipo humoral, na qual anticorpos (moléculas de ataque) abordam o inovador. Como cientistas já desconfiavam, ocorreu uma resposta de tipo celular, na qual linfócitos T, uma classe específica de células do sistema, atacam outras células infectadas.
O grupo de cientistas identificou que o mesmo mecanismo de ataque que já existe em algumas pessoas contra o Sars-CoV-2 se aplicava aos outros coronavírus de resfriado, especificamente o OC43, o 229E, o NL63 e o HKU1.
A conclusão do estudo não significa que todas as pessoas já infectadas por esses vírus passem a estar protegidas contra a covid-19, mas pode ajudar a entender a dinâmica da pandemia. Segundo os pesquisadores, a memória imune gerada por essas células pode ajudar a explicar porque o impacto da infecção pelo novo coronavírus varia mesmo entre pacientes com a mesma faixa etária e perfil.
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