Após dois anos e três meses do início da pandemia de covid-19, o Ministério da Saúde do Brasil anunciou que chegou ao fim o estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN). Segundo o Governo Federal, a situação se dá pelo avanço da vacinação e de um cenário epidemiológico “mais arrefecido”.
A decisão, no entanto, contraria a Organização Mundial da Saúde (OMS), cujo diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, foi enfático ao anunciar durante a sessão de abertura da assembleia anual da agência da entidade, no domingo (22), que a “pandemia certamente não acabou”.
O Governo Federal do Brasil afirmou em nota que, por conta da vacinação, registrou uma queda de mais de 80% na média móvel de casos e óbitos pela covid-19, em relação ao pico de casos causados pela variante Ômicron, no início do ano. Por isso sente, com o controle da pandemia, que é hora do estado de emergência chegar ao fim.
Especialistas na área da saúde afirmam que esse não é o momento para a decisão, isto porque o inverno está chegando no país e o número de casos tende a aumentar. Na última terça-feira (17), o Brasil registrou 229 mortes e o maior número de casos de covid-19 desde o dia 20 de abril deste ano: 26.386 registros.
A Fiocruz – uma das maiores instituições nacionais de pesquisa e desenvolvimento em ciências biológicas – publicou um boletim, no dia 29 de abril, mostrando que, apesar da queda dos óbitos, as desigualdades na imunização pelo país indicam que a pandemia ainda não acabou, seguindo, assim, a linha de pensamento da OMS.
Segundo o boletim, diferentes estados e municípios brasileiros possuem níveis desiguais de cobertura da população pela vacina. Há 83% da população do país vacinada com a primeira dose, 76,8% com o esquema vacinal completo e 40,4% com a dose de reforço, a terceira dose.
Com o fim do Estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) prorrogou por um ano o uso emergencial de vacinas contra a Covid-19 e de medicamentos que só deveriam ser usados durante a crise sanitária. O órgão também irá flexibilizar as medidas sanitárias adotadas nos aeroportos e aeronaves.
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