Os Estados Unidos estão quase batendo a meta de vacinar 70% dos adultos até o dia 4 de julho – se o ritmo atual de vacinação se mantiver. Mas a demanda por vacinas diminuiu em grande parte do país nas últimas semanas, e os números promissores (cerca de 63% dos adultos receberam pelo menos uma dose) não refletem as taxas desiguais entre os estados.
Mesmo que o país como um todo alcance a meta nacional, pelo menos 30 estados provavelmente não o farão. E é improvável que consigam atingir a marca de 70% antes do final do ano, o que vai prolongar a pandemia, é o que mostra uma análise do New York Times.
Em muitos estados do extremo sul dos EUA e da região West Mountain, a vacinação se estabilizou devido ao acesso limitado e a resistência de muitos a receber as doses. Menos da metade de todos os adultos receberam pelo menos uma dose no Alabama, em Louisiana, no Mississippi e em Wyoming, e as projeções mostram que é improvável alcançar muito mais do que 50% até o início de julho.
Especialistas em saúde pública e autoridades desses estados com taxas de vacinação mais baixas dizem que a referência do presidente ajudará a reduzir casos e mortes, mas é um tanto arbitrária – mesmo que 70% dos adultos sejam vacinados, o vírus e suas variantes mais contagiosas podem se espalhar entre aqueles que não estão.
Para além disso, eles ainda estão preocupados que os residentes desses estados fiquem mais suscetíveis a se infectar, pois conforme as restrições diminuem em todo o país, o senso de urgência para se vacinar diminui e muitos americanos que moram locais com climas mais quentes e temperaturas altas evitam o calor e ficam mais dentro de casa, onde o vírus se espalha com mais eficiência.
Falando em baixas taxas de imunização, na Louisiana, menos de 20% das pessoas em algumas receberam a primeira dose. As taxas de vacinação estaduais durante as campanhas anteriores de vacinação dos EUA mostram alguns padrões semelhantes.
Por exemplo, grande parte do Sul teve taxas de vacinação mais baixas do que o resto do país durante a pandemia de H1N1 em 2009 e 2010 e na temporada de gripe pouco antes da pandemia de Covid-19.
Especialistas em saúde pública apontam que há desafios persistentes nesta região do país, incluindo acesso abaixo da média aos cuidados de saúde, especialmente nas áreas rurais, e taxas mais altas de populações com resistência à vacina. A política também desempenha um papel importante nesse quadro.
Autoridades de estados atrasados na imunização da população disseram que têm esperança de continuar a vacinar mais pessoas, mas alertam que pode levar meses para que profissionais da saúde, empregadores e líderes comunitários convençam a população que a melhor forma de evitar mortes e infecções é se vacinando.
Facebook Comments