Por Aymara Limma

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Pedro Almodóvar e Penelope Cruz. Foto: Giorgio Zucchiatti

A Mostra Internacional de Cinema de Veneza, conhecida como Festival de Veneza, nasceu em 1932, sendo o mais antigo e uma das celebrações de cinema mais importantes do mundo.

A indústria cinematográfica também está antevendo um caminho diferenciado de desenvolvimento aqui em Veneza. Nos últimos anos tem lançado vários filmes para o Oscar. Podemos citar alguns vencedores, como “Joker” e “Nomadland”.

Acredito que já exista uma transferência de importância do Festival de Cannes para o de Veneza. Podemos perceber isso pela grande seleção dos filmes apresentados nesta 78a. edição. Pedro Almodóvar, pelo segundo ano consecutivo, trouxe um filme a Veneza. Paolo Sorrentino não pôde lançar o seu filme em Cannes por causa das leis francesas e a Netflix e não espera os meses exigidos pelo Festival de Cannes para lançamento no mercado. Na competição principal do festival havia 19 filmes de diretores e atores renomados.

Paolo Sorrentino e Filippo Scotti credito foto Massimo Peca

Paolo Sorrentino e Filippo Scotti. Foto: Massimo Peca.

Não podemos esquecer de mencionar, nas outras divisões do festival, outros filmes maravilhosos, inclusive brasileiros que fizeram sucesso por aqui, como o filme “Deserto Particular” de Aly Muritiba, estrelado por Antonio Saboia e Pedro Fasanaro, e “Os Sete Prisioneiros” de Alexandre Morato, estrelado por Rodrigo Santoro, Christian Malheiros, Lucas Oranmian e Vitor Julian.

O tapete vermelho este ano foi prestigiado por uma quantidade de celebridades e vários dos melhores profissionais da indústria do entretenimento.

Ano passado, em plena pandemia, Veneza foi o primeiro festival a abrir as portas ao público e não se limitar ao online. Com diversas restrições e severo controle, com todas as salas de cinema na metade da capacidade e o uso de máscara obrigatório, o exemplo do festival de Veneza que deu certo animou outros festivais.

Neste ano Veneza retomou com toda forca e fez o seu “gran opening” com a première de “Madres Paralelas”. A noite foi tão badalada que até contou com a presença do presidente, Sergio Mattarella.

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A vencedora do prêmio de Melhor diretora, Jane Campion. Foto: Giorgio Zucchiatti

Foram dez dias intensos e incríveis, com salas lotadas, sendo difícil reservar os lugares dois minutos após a abertura para a reserva dos ingressos. Conseguia ver o filme quem era rápido e acessava a Internet.

O “gran finale” do Festival foi com o filme “Last Duel” (O último duelo), de Ridley Scott, estrelado por Matt Damon e Ben Affleck, Adam Driver e Jodie Comer. Outro acontecimento foi a presença das estrelas do filme e o casal mais adorado do momento: Affleck e Jennifer Lopez. As fotos dos dois circularam por todas as mídias e sites de fofocas.

Por fim, elencamos os grandes vencedores:

  • Leão de Ouro: L’événement, (Happening), de Audrey Diwan
  • Leão de Prata – Grande Prêmio do Júri: É Stata la Mano di Dio, de Paolo Sorrentino
  • Leão de Prata – Melhor Direção: Jane Campion (The Power of the Dog)
  • Melhor Roteiro: Maggie Gyllenhaal (The Lost Daughter)
  • Prêmio Especial do Júri: Il Buco (dir. Michelangelo Frammartino)
  • Melhor Ator: John Arcilla (On the Job: Missing 8)

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    Aymara Limma e o ator Antônio Sabóia. Foto: Alfredo Tordo

  • Melhor Atriz: Penélope Cruz (Madres Paralelas)
  • Melhor Jovem Ator: Filippo Scotti (É Stata la Mano di Dio)

O mais significativo do festival, ao meu ver, foi a temática da maioria dos filmes em competição e do filme vencedor: “Ser mãe”. Realmente se tratou da edição das mulheres e de um sinal inequívoco das grandes mudanças que estão ocorrendo no cinema.

*Aymara Limma é uma atriz, cineasta e apresentadora do programa Cine Arte Variety que pode ser visto todas as sextas, às 14h (horário de Brasília), no VTR Channel e também pela plataforma Roku. Ela viveu em Los Angeles e desde então passou a ser colaboradora da Soul Brasil Magazine.

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