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Jasmina, residente no Reino Unido, foi presa suspeita de exercer trabalho ilegal nos EUA

Neste artigo, direcionamos um alerta especial ao turista que visita os Estados Unidos de forma temporária, sem estabelecer residência permanente. Abordaremos um caso recente envolvendo uma modelo croata que viralizou nas redes sociais e resultou em sua prisão no dia 4 de maio de 2025,  em Los Angeles.

Apesar da frequência com que estrangeiros, inclusive brasileiros, questionam a possibilidade de trabalhar nos EUA utilizando o visto de turismo (B-2), a resposta oficial e definitiva das autoridades americanas é clara: não é permitido trabalhar com esse tipo de visto. Um episódio que exemplifica bem os riscos dessa prática foi a prisão de Jasmina Midzic, modelo e diretora executiva da Typhon Capital Management, uma empresa financeira sediada em Miami. 

Jasmina, de 36 anos, natural da Croácia e residente no Reino Unido, foi detida no aeroporto de Los Angeles sob suspeita de exercer trabalho ilegalmente enquanto era portadora apenas do visto B1/B2. Apesar de sua posição executiva e salário declarado de cerca de US$13.000 mensais, Jasmina não possuía autorização para trabalho nos EUA, configurando uma infração migratória grave. 

A prisão ocorreu quando ela chegava para uma grande conferência relevante do setor financeiro, que contou com a presença de personalidades públicas como o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o empresário Elon Musk. Após interrogatório, Jasmina foi deportada para o Reino Unido e proibida de retornar aos Estados Unidos por cinco anos. Durante esse período, ela pode apenas atuar remotamente, sem presença física no território americano.

Entrar nos Estados Unidos com visto de turista e exercer atividade remunerada é uma prática ilegal, que acarreta graves consequências jurídicas e migratórias. Sobre o caso de Jasmina, a advogada brasileira especialista em imigração Gisele Ambrosio ressalta ser espantoso que uma pessoa como ela não tenha buscado aconselhamento jurídico e não tenha seguido os procedimentos adequados.

“Se ela tivesse conversado com um advogado de imigração experiente e licenciado nos EUA, ela não estaria nessa situação agora. Seu caso teria sido analisado de forma personalizada, ela teria obtido um visto adequado para seus objetivos e agora ela estaria trabalhando e vivendo feliz na terra da prosperidade”, aponta. 

O que é o visto de turista (B-2) e por que não se pode trabalhar nos EUA com ele? 

O visto B-2 destina-se exclusivamente a turistas que desejam visitar os Estados Unidos para lazer, turismo, visitas familiares, tratamentos médicos, participação em eventos culturais ou cursos recreativos de curta duração. Geralmente concedido junto com o visto B-1 (negócios), ambos não autorizam o portador a trabalhar ou receber remuneração em solo americano.

usa 5305985 1280 e1748910752330A duração do visto pode ser de até 10 anos, porém, o tempo efetivo de permanência é determinado no momento da entrada nos EUA pelo agente de imigração, normalmente autorizando até seis meses de estadia. Em casos  particulares como esse que mencionamos acima, o “turista” nao chega a ficar com status ilegal, pois entra nos EUA, fica alguns meses, trabalha de alguma forma, sai do territorio americano antes do visto se expirar, e volta a entrar novamente em outras ocasioes e se repetindo o ciclo. 

A proibição de trabalho com visto de turismo tem fundamentos econômicos, legais e fiscais. O governo dos EUA informa que mantém um sistema rigoroso para controlar o impacto da mão de obra estrangeira no mercado de trabalho e proteger os empregos de cidadãos locais. O uso indevido do visto de turista para trabalho compromete esse controle, além de gerar vulnerabilidades fiscais, pois trabalhadores sem autorização não pagam impostos adequadamente, criando riscos à economia.

A advogada de imigração Gisele Ambrosio esclarece que muitas pessoas acreditam que não serão identificadas ao infringir as leis de imigração e as condições do visto. 

“Ao assumir esse risco, cometem um erro que pode comprometer definitivamente seu futuro no país. Existem diversos tipos de vistos disponíveis, e vale a pena analisar cada caso com atenção, pois cada situação é única”, comenta.

Além disso, trabalhar com visto de turista compromete futuras tentativas de obtenção de residência permanente (green card), visto de trabalho legítimo ou até mesmo a entrada em solo americano. A advogada  Gisele Ambrosio comenta que uma avaliação personalizada feita por um especialista experiente pode revelar oportunidades e opções de visto, até então desconhecidas para o viajante.

Endurecimento das políticas migratórias

Com o novo governo de Donald Trump os EUA intensificaram a fiscalização de estrangeiros, deportando mais de 150 mil pessoas por violações migratórias nos primeiros tres meses do seu respectivo mandato. A prática de trabalhar com visto de turista tem sido um foco constante das autoridades neste novo governo que monitoram com atenção entradas e saídas frequentes de visitantes com perfis profissionais, visando coibir abusos.

Trabalhar nos EUA com visto de turista configura uma infração grave que pode resultar em:

  • Deportação imediata;
  • Proibição de reentrada no país por até cinco anos ou mais;
  • Prejuízo para futuros pedidos de visto ou residência;
  • Multas e sanções adicionais dependendo da gravidade do caso.

Vale lembrar que recursos legais como o pedido de “waiver” podem ser solicitados em casos específicos, com fundamentos humanitários ou interesses públicos, mas têm baixa probabilidade de sucesso em casos de trabalho ilegal comprovado.

Alerta para brasileiros e outros estrangeiros

Autoridades americanas alertam que muitos estrangeiros, inclusive brasileiros, que entram nos EUA com visto de turismo acabam realizando atividades remuneradas ou trabalhos não autorizados, muitas vezes por desconhecimento das regras.

É essencial que qualquer pessoa que deseje trabalhar nos Estados Unidos procure o visto adequado para essa finalidade, como o visto H-1B (trabalho temporário especializado) ou L-1 (transferência interna de empresa), entre outros. A obtenção do visto correto previne problemas legais e protege a integridade do histórico migratório do indivíduo.