Com a vacinação seguindo a passos lentos no Brasil, muitos brasileiros que possuem condições de viajar estão escolhendo os Estados Unidos como destino devido a uma facilidade bastante atraente: a vacina contra a covid-19.
Agências de viagem brasileiras, de olho nessa tendência, estão desde o final de 2020 oferecendo pacotes para os Estados Unidos para quem deseja se vacinar no país. Eles podem custar de R$17.000 a ate R$25.000, mesmo assim sem garantias da vacinação, mas com boas chances.
No entanto, existem algumas barreiras que vão além da questão financeira, como as exigências por parte do governo americano para se chegar até solo estadunidense. Os viajantes devem cumprir os regulamentos de saúde e sanitários dos EUA e governo recomenda ainda que se entre em contato com as autoridades de saúde locais para obter detalhes completos sobre requisitos adicionais – você pode ver aqui uma página da embaixada americana, em inglês, sobre restrições de viagem para entrada nos EUA.
Segundo o governo americano, viajantes internacionais para os Estados Unidos são obrigados a fazer um teste viral (um teste para infecção atual) dentro do prazo máximo de 3 dias antes de seu voo e fornecer documentação por escrito do resultado do teste de laboratório (papel ou cópia digital) com dia e até mesmo hora do teste – incluindo para a companhia aérea. Lembrando que ainda há possibilidades dos viajantes que saem do Brasil serem barrados ao chegarem em solo americano.
Para contornar as restrições, as agências brasileiras estão incluindo uma parada de 15 dias no México, na República Dominicana ou na Costa Rica para que as pessoas façam a quarentena e sigam para os Estados Unidos. Após o tempo cumprido, os viajantes seguem para destinos como Miami, Nova York e Los Angeles.
É válido lembrar também que os valores cobrados pelas agências brasileiras geralmente cobrem o tempo de estadia apenas para a primeira dose do imunizante. Se a vacina for de duas doses, como é o caso da Pfizer e Moderna (a da J&J é de apenas uma dose), é necessário desembolsar até R$14.000 a mais, fora alimentação e outras despesas – isso levando em consideração a cotação do dólar atual, variando entre os R$5,30 e R$5,60.
As agências brasileiras não garantem a imunização, pois ela depende das normas locais, que variam de estado para estado ou mesmo de condado para condado – o que se pode fazer na Flórida, por exemplo, de repente não pode ser feito na Califórnia. As agências que estão oferecendo o “pacote vacina” afirmam aos clientes que as pessoas que não são residentes nem trabalham nos EUA estão se conseguindo se vacinar.
Isso se deve À grande oferta, demanda em baixa (até o fim da primeira semana de maio mais de 60% de residentes nos EUA já tinham se vacinado e os que não se vacinaram – em sua grande maioria – não o fizeram por opção. Em vários estados e condados não se exige provas de cidadania ou residência, mas em muitos casos, pelo menos um número de telefone local para comunicação e envio do resultado. Alguns estados permitem a imunização com apresentação do passaporte. Lembrando também que, pelo menos oficialmente, a vacinação de turistas não é regulamentada.
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