A inflação segue atingindo diversos países desde o início da pandemia, e a situação piorou um pouco após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia a partir de fevereiro deste ano.
Os mercados financeiros, por exemplo, já estão precificando taxas de hipoteca mais altas nos Estados Unidos desde a segunda semana de março. Com isso, a taxa média de hipoteca fixa de 30 anos estava em 3,85% – acima dos 3,11% em dezembro de 2021.
De acordo com o Bank of America, mesmo com as taxas mais altas, isso não será um fator que vai impedir a alta dos preços das casas em 2022. Na verdade, a previsão é de que os preços das casas nos EUA terminem 2022 em alta de 10%. Isso é quase o dobro do crescimento médio anual dos preços registrados desde 1989 (4,6%).
Embora o aumento das taxas de hipoteca possa esfriar apenas em longo prazo o mercado imobiliário, pode causar também um efeito de urgência dos compradores em curto prazo. Além disso, o aumento da renda familiar e as mudanças de preferências de moradia devido ao trabalho remoto exercido durante a pandemia também devem pressionar a alta dos preços em 2022, assim avalia o Bank of America.
A boa notícia em meio a tantos aumentos para os compradores que sonham com uma casa própria ou uma nova moradia é que 2023 pode trazer algum alívio no setor. O Bank of America prevê que os preços das casas nos EUA aumentarão apenas 5% em 2023. Isso colocaria a alta de preços de volta a uma taxa normal de valorização.
Mas tanto os vendedores quanto os compradores de imóveis devem ficar atentos, pois como são apenas previsões e a incerteza ainda paira no setor imobiliário, não se sabe até onde a previsão sobre alta ou queda de preços vai acertar.
Nos últimos dois anos, as empresas imobiliárias lutaram para identificar para onde o mercado estava indo, qual seria a maior tendência e o que esperar. Por exemplo, no início da pandemia em 2020, a Zillow e a CoreLogic previram que os preços das casas cairiam na primavera de 2021. Erraram. Além de não caírem, os preços tiveram uma alta excepcional que surpreendeu compradores.
Então fica o alerta: cautela e informação nunca são demais quando há muito dinheiro envolvendo em negociações.
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