Como estamos localizados em Los Angeles, pertinho dos fatos de Hollywood e do mundo do cinema, achamos interessante mencionar algo que aconteceu na França envolvendo uma produção brasileira e indígenas nativos que chamou a atenção do mundo.
Durante o mundialmente famoso Festival de Cannes, na noite de quarta-feira (17/05), a equipe do documentário luso-brasileiro “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos” fez um ato de protesto a favor da demarcação de terras indígenas antes da sessão oficial do filme no festival.
Os diretores Renée Nader e João Slaviza, além de membros da produção e dois dos indígenas que aparecem no filme empunharam cartazes pedindo demarcação e contra o genocídio indígena e o marco temporal (tese jurídica que poderia enfraquecer os direitos dos povos nativos).
“Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos” explora as tradições do povo Krahô – e suas diferenças em relação à e conflitos diretos com a cultura dos homens brancos – e também retrata as ameaças que os povos indígenas sofrem da parte de políticos e pecuaristas locais. No caso, os craós, que habitam uma região localizada na tríplice fronteira entre Maranhão, Piauí e Tocantins, são constantemente atacados por fazendeiros da área que desejam ampliar seus territórios.
A demarcação dos territórios indígenas, legitimados pela Constituição de 1988, é uma problemática cujo fim não parece estar à vista. Inúmeros governos já se comprometeram a buscar uma solução para os conflitos entre índios e fazendeiros e a delimitar as terras que pertencem aos povos indígenas, mas as promessas ainda não saíram do papel.
Infelizmente, as intensas disputas geralmente terminam com o assassinato dos índios, atos de violências que vêm contribuindo para a escalada do índice da taxa de homicídios de indígenas no Brasil.
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