Mais de 95% da Geração Z possui um smartphone
Muitos deles nasceram em um mundo onde o toque na tela veio antes da caneta no papel. Com idades entre 13 e 28 anos, a Geração Z — que representa 27% da população dos EUA — está deixando de ser apenas uma promessa de futuro e se tornando a força que dita os rumos do consumo, da cultura e do trabalho.
Enquanto ainda enfrentam os dilemas típicos da juventude, também movimentam mais de US$ 400 bilhões globalmente com seus hábitos de consumo e influenciam o comportamento de outras gerações com sua postura crítica, hiperconectada e socialmente engajada.
Por isso, marcas, empresas e instituições que desejam sobreviver nos próximos anos precisam entender suas prioridades, suas desconfianças e, acima de tudo, seu modo de enxergar o mundo. Abaixo, mostramos sete tendências da Geração Z para ficar de olho.
1. Nativos Digitais e Ultra Conectados
Nenhuma geração anterior teve uma relação tão íntima com a tecnologia desde a infância. Mais de 95% dos jovens da Geração Z possuem um smartphone, e plataformas como TikTok, YouTube, Instagram e Netflix fazem parte de sua rotina diária. Cerca de 44% assistem mais de três horas de Netflix por dia, enquanto 60% escutam música por streaming diariamente. O TikTok, por exemplo, teve um crescimento de 911% em uso por essa geração nos últimos cinco anos.
O uso da tecnologia não é apenas para entretenimento. Muitos se sentem mais inseguros sem o celular do que sem a carteira. Além disso, o consumo de conteúdo por meio de podcasts e vídeos curtos reflete o desejo por formatos rápidos, personalizados e visualmente envolventes.
2. Nostalgia e Estilo Y2K
Em um contraste curioso com sua hiperconectividade, a Geração Z demonstra uma forte atração por elementos culturais dos anos 2000. A estética Y2K domina a moda, com o retorno de calças de cintura baixa, fones com fio e celulares flip. Plataformas como o Depop prosperam com a revenda de roupas vintage, onde 90% dos usuários têm menos de 26 anos. É uma nostalgia com propósito: os produtos devem remeter ao passado, mas alinhados com valores atuais como sustentabilidade e ética de consumo.
3. Desconfiança Institucional
A pandemia parece ter reforçado um traço já presente entre adolescentes: a desconfiança. Segundo o Pew Research, 70% da Geração Z acreditam que o governo deveria fazer mais, mas ao mesmo tempo, quase 60% dizem ter dificuldades em confiar no mesmo. Essa percepção se estende a empresas, mídia e líderes religiosos. Apenas 39% acreditam que marcas protegerão seus dados. Essa postura crítica também se refletiu nas eleições de 2024, quando essa geração representou o maior crescimento entre os eleitores.
4. Diversidade como Valor Inegociável
Diversidade não é tendência, é um valor essencial para a Geração Z
A Geração Z é a mais etnicamente diversa da história dos EUA. Metade pertence a minorias raciais ou étnicas. E mais do que representatividade, eles exigem inclusão real. Cerca de 88% acreditam que negros ainda não recebem o mesmo tratamento que brancos, e o apoio ao movimento Black Lives Matter é elevado.
Ainda segundo a pesquisa da Pew Research, 62% da geração Z acredita que aumentar a diversidade é bom para a sociedade. Dessa forma, essa geração valoriza marcas que evitam classificações de gênero nos produtos e que celebram identidades diversas em sua comunicação.
5. Consumo Consciente e Alternativo
Com um poder de compra global estimado em US$ 400 bilhões, a Geração Z já influencia o varejo de forma significativa. Mas diferentemente dos Millennials, não priorizam marcas famosas. Preferem autenticidade e propósito.
A experiência de compra também está mudando: embora altamente conectados, muitos jovens da Geração Z preferem comprar presencialmente e utilizam métodos alternativos, como o “Buy Now, Pay Later” (BNPL) — “compre agora, pague depois”, em tradução livre, ou popularmente conhecido como “fiado” — que registrou um crescimento expressivo de adesão nos últimos anos.
6. Novas Expectativas no Ambiente de Trabalho
Até 2025, eles representarão 27% da força de trabalho global. Para esses jovens, benefícios como horários flexíveis, cultura saudável, plano de saúde completo e oportunidades reais de crescimento são mais importantes do que o modelo tradicional de emprego.
Cerca de 46% têm atividades paralelas (freelas, vendas no Etsy, etc.) e muitos desejam ter o próprio negócio. Apesar de serem fluentes no digital, apenas 30% preferem trabalho 100% remoto; o modelo híbrido é o favorito.
7. Saúde Mental em Foco
A saúde mental é uma das maiores preocupações da Geração Z. Metade se diz ansiosa ou estressada com frequência, e relatos de solidão, exaustão e sensação de ameaça (inclusive por violência armada) são comuns. Uma pesquisa realizada pela American Psychological Association mostrou que os adultos da Geração Z eram “a geração mais propensa a dizer que sua saúde mental piorou em comparação com antes da pandemia”.
As mídias sociais, em particular, têm sido associadas à piora da saúde mental entre os jovens. Inclusive, o termo “digital wellbeing”, ou bem-estar digital, cresceu 6.300% nas buscas em cinco anos — um reflexo da tentativa de equilibrar o consumo tecnológico com a saúde emocional. Apesar disso, essa geração se mostra mais aberta a buscar ajuda profissional e adotar práticas de autocuidado, como alimentação saudável, skincare e atividades físicas.
Conclusão
Saúde mental em primeiro plano: 1 em cada 2 jovens relata ansiedade frequente
A Geração Z desafia padrões e reescreve as regras do consumo, da política e do trabalho. É uma geração que cresceu entre a velocidade da informação, o colapso de instituições tradicionais e a valorização do bem-estar individual e coletivo. Para marcas, empresas e governos, entender essa geração vai além de seguir tendências: trata-se de ouvir ativamente e se adaptar a um novo modelo de mundo mais conectado, mais crítico e mais humano.
FAQ
– Quem faz parte da Geração Z?
A Geração Z é composta por pessoas nascidas entre 1997 e 2012, atualmente com idades entre 13 e 28 anos.
– Quais plataformas a Geração Z mais usa?
As principais redes sociais entre a Geração Z são TikTok, Instagram e Snapchat. Além disso, o YouTube e o Spotify também são muito populares para consumo de conteúdo.
– Qual ferramenta de busca a Geração Z está usando?
TikTok! Muitos o preferem ao invés do Google. Eles usam a busca da plataforma para descobrir tendências, lugares e até dicas de estudo.
– Como a Geração Z consome mídia e conteúdo?
Eles preferem conteúdo curto e interativo, como vídeos curtos, memes e podcasts.
– Quem é considerado um “influencer de verdade” para a Geração Z?
Pessoas autênticas, mesmo com poucos seguidores. A geração Z valoriza a conexão e verdade mais do que fama.
– Como a Geração Z se comporta no ambiente de trabalho?
Eles valorizam flexibilidade, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e oportunidades de crescimento. Muitos preferem modelos híbridos ou remotos de trabalho.
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