De acordo com dados da GISAID – Global Influenza Surveillance & Response System -, do último domingo (16), a variante brasileira do coronavírus, a P.1, identificada pela primeira vez em Manaus, já foi encontrada em 48 países e territórios do mundo, além do Brasil.
Ou seja, mesmo com restrições nas fronteiras e vetos a viajantes do país, a cepa brasileira conseguiu se espalhar. Os países da América Latina são os mais afetados com a variante P.1.
A Colômbia é um dos países mais afetados. Lá, a cepa P.1 já foi encontrada em 60% das amostras analisadas nas últimas quatro semanas. No Chile, 37,9%. Já no Brasil, entre todas as amostras analisadas no último mês, 93,8% são da variante brasileira encontrada em Manaus.
A variante surgida no Brasil é considerada de maior potencial de transmissão. Cientistas calculam que a variante é de 1,4 a 2,2 vezes mais transmissível que as linhagens que a precederam. Não há provas, porém, de que seja mais letal.
Uma preocupação para a comunidade científica é a eficácia das vacinas contra as variantes do vírus. Um estudo com a vacina da Pfizer que afirma que o imunizante consegue combater todas as variantes conhecidas até o momento. Outras pesquisas estão sendo conduzidas pelo mundo para saber se as vacinas já produzidas até aqui vão conseguir combater as novas cepas.
Uma boa notícia, no que diz respeito à produção de vacinas, e que combatem também a variante P.1, pode vir do Ceará, no nordeste do Brasil. Isso porque, no último sábado (15), a Universidade Estadual do Ceará pediu oficialmente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a autorização para iniciar testes em humanos de uma nova vacina contra a covid-19 desenvolvida pela instituição.
O imunizante, que apresentou eficácia superior a 90% em testes realizados em camundongos, foi batizado como 2H120 Defense e tem valor estimado de R$ 0,04 por dose, o que representaria a vacina mais barata a ser usada no Brasil.
Caso a autorização seja dada, a universidade conduzirá o estudo clínico em três fases, sendo que na primeira recrutaria 100 pessoas adultas, com idade entre 18 e 60 anos, que não apresentem comorbidades. Para a segunda, a escolha seria por pessoas acima de 60 anos com comorbidades. Para a última fase, não há um número específico de pessoas.
A 2H120 Defense utiliza um modelo de coronavírus aviário e que, enfraquecido, não causa contaminação em humanos. A imunização completa também seria em duas doses.
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