Por Laís Oliveira
Desconhecidos há alguns anos, os termos “vegano” e “veganismo” têm se tornado cada dia mais populares no cotidiano dos brasileiros. Cardápios de restaurantes, lojas de shoppings, embalagens de alimentos, produtos de beleza, vestuário, itens de limpeza, as opções de produtos veganos estão em todos os lugares.
E não é à toa, afinal, o número de pessoas adeptas ao vegetarianismo ou veganismo tem aumentado diariamente. Um estudo da Sociedade Vegetariana Brasileira (SBV), realizado pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria (IPEC), em 2021, mostrou que 32% das pessoas escolhem opções veganas, dos mais variados segmentos, quando elas estão destacadas pelo estabelecimento.
A título de conhecimento, o veganismo é considerado um sistema alimentar que exclui quaisquer produtos de origem animal, além de adotar o não consumo de produtos que possuem em sua origem e fabricação ingredientes de origem animal. Isso vale para comida, vestuário, medicamentos, produtos de beleza, limpeza, entre outros.
A tendência crescente de conscientazação acerca da causa animal – a principal por trás do veganismo – aliada à sustentabilidade em busca de um planeta melhor para todas as espécies tem feito com que pessoas de todas as idades busquem opções veganas no mercado, nos restaurantes e nos mais variados segmentos da indústria.
Além disso, o impacto ambiental causado pela produção de carne e os problemas causados à saúde por conta de seu consumo em excesso, também são fatores importantes nesse contexto. A famosa campanha Segunda Sem Carne, lançada nos Estados Unidos em 2003, para alertar sobre os malefícios à saúde devido ao consumo excessivo de carne ainda é um sucesso e seguida em várias partes do mundo, incluindo o Brasil.
Em termos de números, a última pesquisa realizada pelo Ibope, entre 2018 e 2019, encomendada pela SBC, estima que, dos 30 milhões de brasileiros vegetarianos, cerca de 7 milhões seriam veganos – hoje esse número pode ser ainda maior.
Com um grande número de pessoas adeptas do vegetarianismo e do veganismo e que exigem respeito e diversidade de cardápios e produtos nos locais que frequentam, as variadas opções têm chegado não somente a supermercados e indústria, mas também a grandes eventos culturais.
Esse é o caso do Lollappalooza Brasil. O maior festival de música alternativa da América Latina, que acontece entre os dias 25 a 27 de março em São Paulo, vai contar com a participação do Açougue Vegano, primeira rede de restaurantes veganos do Brasil, incrementando o cardápio para os vegetarianos e veganos que estiverem no festival.
A rede vai oferecer ao público receitas autorais e 100% veganas, como a – já famosa entre os adeptos – coxinha de jaca, eleita a melhor do país pela SVB, e o Mr. Vegan Melt, um hambúrger feito de cogumelo shitake e com um molho cheddar e cebolas marinadas no shoyu exclusio da rede.
E não para por aí, quem quiser repor as energias entre um show e outro vai poder escolher também espetinho misto de soja defumada, cebola e linguiça calabresa vegana, coxinha de espinafre e Hot Vegan – que leva salsicha de grão de bico, molho de tomate caseiro, milho, ervilha, maionese, molho cheddar, ketchup e batata palha sequinha e crocante.
Com um público cada vez mais exigente, já passou da hora de grandes marcas apostarem nesse mercado e respeitar esses milhões de brasileiros que não comem nenhum tipo de carne animal ou seus derivados.
Hoje há diversas oportunidades para marcas e empresas que desejam entrar no segmento do veganismo e atender os diferentes momentos desse público. Seja durante ou após a transição do hábito carnívoro para o vegano, assim como mostrando a facilidade para encontrar produtos e a praticidade que eles irão fornecer ao dia a dia do consumidor. Quem abraça todos os públicos e respeita seus ideais e particularidades tem mais chances de crescer, seja em qual segmento for.
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