Dois dias seguidos de operação contra imigração ilegal aos EUA resultaram na prisão de mais de dez pessoas em Minas Gerais. Na quarta-feira (02), policiais federais brasileiros que atuam na Adidância da PF em Washington (EUA) realizaram diligências em parceria com autoridades policiais norte-americanas e encaminharam à PF dados que levaram à identificação de agenciadores que ajudam imigrantes ilegais a entrarem nos EUA. A operação aconteceu em Caratinga e Tarumirim, no Vale do Rio Doce.
Já nesta quinta-feira (03), agentes da corporação retornaram às ruas para uma nova operação com o mesmo intuito de combater a imigração clandestina. Onze suspeitos, entre eles um ex-prefeito, um prefeito e um vice-prefeito, estão detidos temporariamente por integrarem um bando suspeito de cobrar até US$ 22 mil – o que equivale a cerca de R$ 115 mil segundo a cotação do dia – por interessado em emigrar do Brasil. Acredita-se que até crianças foram mandadas ilegalmente para os EUA.
20 mandados de busca e apreensão – além dos 11 de prisão temporária – foram cumpridos nos municípios de Governador Valadares, Tarumirim, Alvarenga, Campanário, Engenheiro Caldas e Virginópolis, nas regiões do Rio Doce e do Vale do Mucuri. Cidades de origem e nomes dos políticos ligados à quadrilha não foram divulgados até o momento pela Polícia Federal. Esta é a terceira etapa da operação “Cai-cai” para combate à imigração ilegal de brasileiros para os Estados Unidos – um dos suspeitos detido em etapa anterior recebeu uma condenação a 127 anos de prisão pela prátca de 270 crimes.
A investigação começou em outubro de 2019, quando a Polícia Federal (PF) recebeu de três unidades de estados distintos ocorrências ligadas a crimes de imigração tendo em comum os mesmos suspeitos – este foi o primeiro indício de que a quadrilha instalada em Minas Gerais mantinha atuação forte também no restante do país.
De acordo com informações oficiais, os suspeitos recebiam até US$ 22 mil de cada interessado em atravessar a fronteira do México para os Estados Unidos. Imigrantes ilegais eram submetidos a condições desumanas e permaneciam sob o domínio de coiotes – eram eles os responsáveis por escolher rotas para a travessia. Quadrilha é suspeita nos crimes de promoção de migração ilegal, associação criminosa e envio ilegal de criança ou adolescente para o exterior.
Se condenados, os suspeitos podem cumprir até 16 anos de prisão e estão sujeitos a aumento de pena, condicionado à quantidade de crimes que podem ser imputados a eles.
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