Dos quase 100 incêndios ativos no Oeste dos Estados Unidos, 20 seguem com força na Califórnia causando destruição e fazendo vítimas. No estado dourado, as chamas que se alastram numa proporção assustados graças ao clima seco fizeram mais uma vítima mortal. Desta vez foi um bombeiro, que combatia uma das frentes, e não resistiu aos ferimentos. Ao todo, os incêndios já mataram mais de uma dúzia de pessoas e queimaram dezenas de casas e centenas de milhares de hectares de mato e campos agrícolas.
O governo da Califórnia já gastou metade do orçamento de 2018 para combater os incêndios que estão ativos desde o final de julho. Um dos maiores é chamado de “Ranch” e, devido às suas proporções, conta com mais de 3.000 bombeiros apoiados por 258 caminhões, 20 helicópteros e 72 escavadeiras para combater as chamas. Até esta quarta-feira (15), já havia sido contabilizadas 147 casas destruídas, segundo o departamento de Proteção contra Incêndios da Califórnia (Cal Fire).
Outro grande incêndio que está mobilizando bombeiros de até outros estados dos EUA é o Mendoncino. De acordo com informações oficiais, suas chamas já queimaram cerca de 1.412 quilômetros quadrados. Iniciado em 27 de julho, no norte do estado, e com 146 moradias destruídas, se reavivou pelo persistente calor, a seca e os ventos, com isso 68% do fogo ainda está ativo e sendo combatido incessantemente.
Porém o maior e mais mortífero é o incêndio Carr, que já destruiu mais de 207.000 acres e provocou a morte de oito pessoas em Shasta County, ao norte de Sacramento. Nesse caso, entre as vítimas estão um bombeiro de Redding, um operador de escavadeira e um trabalhador da Pacific Gas & Electric. Mais de 1.000 casas já tiveram perda total devido ao fogo.
Presidiários também estão desepenhando um papel importante no combate ao fogo. 1916 presos fazem um trabalho semelhante ao de qualquer bombeiro, trabalhando longas horas e dormindo em tendas com outros detidos. A maioria está na linha da frente, usando serras e ferramentas manuais para remover a vegetação facilmente incendiável, de forma a impedir o avanço das chamas. O Cal Fire treina os detidos, em situação de segurança mínima, e depois, paga-lhes um dólar por hora quando estão no terreno, ou dois dólares por dia quando não estão em serviço.
A Califórnia está assistindo à mais prematura, prolongada e destrutiva época de incêndios, devido à seca, ao tempo quente, atribuído às alterações climáticas, e à crescente construção de casas cada vez no interior da floresta. A esta altura, de acordo com fontes oficiais, não há incêndios perto de Sacramento, mas a qualidade do ar na cidade já é afetada pelas chamas na região e já é considerada perigosa para crianças, idosos e pessoas com dificuldades respiratórias.
O chefe do departamento Cal Fire, Jonathan Cox, disse que a área é caracterizada por possuir poucas barreiras naturais para diminuir o avanço do fogo e por um terreno que impede a ação dos bombeiros. Assim, os profissionais recuam para a estrada, o rio ou o monte que esteja mais próximo, onde empregam os ‘bulldozers’ para limparem o terreno e esperarem pelo fogo.
As autoridades admitem que esta é a pior época de incêndios que a Califórnia já viveu até agora, uma vez que os meses historicamente mais perigosos ainda estão por chegar.
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