Brasileiros ainda precisam de visto para EUA, Canadá e Austrália
O governo brasileiro volta a exigir visto de entrada no país para turistas dos Estados Unidos, Canadá e Austrália a partir desta quinta-feira (10 de abril de 2025). A medida, que havia sido suspensa desde 2019, agora é retomada com base no princípio da reciprocidade: brasileiros ainda precisam de visto para visitar esses países, então, por consequência, cidadãos desses locais também voltarão a precisar do documento para entrar no Brasil.
Ressaltamos que, no ultimo dia 19 de março, o Senado brasileiro aprovou um Projeto de Decreto Legislativo que isenta da exigência de visto para turismo no Brasil os visitantes desses países, suspendendo o decreto do governo Lula que previa a cobrança de US$ 80,90 a partir de abril. O projeto, de autoria do senador Carlos Portinho (PL-RJ) e relatado por Flávio Bolsonaro (PL-RJ), agora segue para análise da Câmara dos Deputados e, caso seja aprovado, o decreto de Lula ainda pode ser definitivamente revogado.
Por enquanto, com a exigência de visto em vigor, se você mora nos Estados Unidos, Canadá ou Austrália e não possui cidadania brasileira, mas pretende visitar o Brasil como turista, confira abaixo todas as informações essenciais para a sua viagem:
- Como funciona o processo de solicitação do visto eletrônico (eVisa)?
O processo é totalmente digital, simples e rápido — não é necessário agendamento presencial, entrevista ou apresentação de passagem aérea. Confira o passo a passo:
Cadastro no site oficial: Acesse brazil.vfsevisa.com para iniciar sua solicitação. Preencha o formulário com seus dados pessoais.
Envio de documentos
Envie:
Cópia digital do passaporte válido;
Foto recente no formato solicitado.
Para menores de idade, é necessário anexar:
Certidão de nascimento;
Autorização assinada pelos pais e autenticada em cartório.
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Pagamento da taxa: O valor do visto eletrônico é de US$ 80,90 (aproximadamente R$ 488,64). O pagamento é feito diretamente pelo sistema da VFS Global.
Recebimento do eVisa por e-mail: Após o processamento (geralmente em poucos dias), o solicitante receberá um arquivo PDF com o visto eletrônico (eVisa) por e-mail. Basta imprimir e apresentar no momento do embarque e da entrada no Brasil.
- Para quem o novo visto é obrigatório?
O eVisa volta a ser obrigatório exclusivamente para cidadãos dos EUA, Canadá e Austrália que desejam visitar o Brasil como turistas, por qualquer via: aérea, terrestre ou marítima. Cidadãos de outros países devem verificar com os consulados brasileiros se há necessidade de visto. Mais de 60 países precisam de visto para entrar no Brasil, entre eles China, Índia, Cuba, Egito, Irã, Angola, Arábia Saudita, Iraque. O Ministério das Relações Exteriores reforça que a exigência de visto segue o princípio diplomático da reciprocidade: se o país de origem exige visto de entrada para brasileiros, o Brasil adota a mesma postura.
- Qual o tempo máximo de permanência no Brasil com esse visto?
O visto eletrônico permite estadia de até 90 dias no Brasil, com entrada única ou múltiplas entradas dentro do período. Caso queira prolongar a estadia, é necessário solicitar a extensão junto à Polícia Federal antes do vencimento do prazo.
- Qual é o impacto para o turismo?
Apesar da justificativa diplomática, quando anunciada a medida não foi bem recebida por todo o setor. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) manifestou-se contra a decisão, afirmando que ela vai na contramão das estratégias para fortalecer o turismo brasileiro e pode comprometer a competitividade do país em relação a outros destinos da América do Sul.
Apesar da isenção de visto em vigor entre 2019 e 2023, dados oficiais mostram que a proporção de turistas dos EUA, Canadá e Austrália no Brasil não aumentou significativamente durante esse período.
Em 2024, mais de 720 mil turistas dos Estados Unidos visitaram o Brasil, colocando o país em segundo lugar no ranking de visitantes estrangeiros, atrás apenas da Argentina.
- Relembre o contexto da decisão
A retomada do visto foi determinada por decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda em 2023, como parte de sua política externa. A medida já havia sido adiada três vezes e agora entra em vigor de forma definitiva. O Congresso chegou a tentar barrar a exigência: o Senado aprovou um projeto para suspender a decisão, mas a proposta está parada na Câmara dos Deputados. Além disso, a princípio, o Japão também estava incluído na medida, mas a decisão foi tomada em maio de 2023 em respeito ao princípio da reciprocidade.
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