A musicista e compositora brasileira traça uma jornada musical única que transcende fronteiras culturais e geográficas. Nascida em São Paulo, capital, Carla Berg carrega consigo as influências ricas de sua herança sírio-israelense, refletidas em sua música multifacetada que abraça suas raízes judaicas, árabes e brasileiras.
Sua paixão pela música começou logo na infância. “Aprendi piano clássico, música folclórica israelense, dancei e cantei em corais no Brasil, cantei a capella, acompanhei orquestras completas e cantei sucessos populares brasileiros e clássicos”, descreve. Na juventude, Carla tinha presença constante no Carnaval do Rio e teve a oportunidade de ensaiar na famosa Mangueira. “Descobri minha paixão por ritmos brasileiros como a Bossa Nova e meu trabalho é influenciado por artistas como Ella Fitzgerald e Sara Vaughan,Tom Jobim, João Gilberto, Astrud Gilberto, Joyce Moreno, Alaíde Costa, Elza Soares, entre outros”, pontua.
Carla chegou aos EUA em 2004 e direto para San Diego. Desde então, ela tem chamado San Diego de lar, mergulhando na rica diversidade da região sul da Califórnia. Os primeiros anos como residente nos Estados Unidos revelam uma Carla dedicada não apenas à sua carreira musical, mas também à educação infantil. “Trabalhei em uma pré-escola montessoriana judaica quando me mudei pela primeira vez. Meu inglês não era bom o suficiente, mas eu era responsável pelo componente judaico,” relembra.
Sua carreira musical nos EUA é uma narrativa fascinante que inclui apresentações em locais emblemáticos como o Consulado Brasileiro e o Centro de História Judaica em Nova York. “Já toquei principalmente em eventos privados, festas de aniversário e apresentações no Adams Ave Unplugged, El Zarape – Mexican Cantina, Lawrence Family Jewish Community Center e JCC La Jolla,” destaca Carla.
Destaca-se o lançamento de seu EP “Thankful” em 2018, um reflexo claro de seu estilo. “Este EP representa minha jornada multicultural e reconexão com minhas raízes judaicas, brasileiras e latinas,” explica. Com letras em inglês, português, espanhol e hebraico, Carla colaborou com renomados músicos, incluindo a gravação com o trio de Danny Green e a produção de Peter Sprague.
Apesar dos pesares, a pandemia de 2021 foi um período de transformação para Carla. “Me tornei uma compositora com minha música “MIracle”. Trabalhei com o produtor venezuelano Allan Phillips no APMStudio, que também fez o arranjo da música no ritmo de baião, onde mostro como misturo minhas raízes”, explica.
Quando fizemos esse artigo ela está trabalhando em um álbum em parceria com o produtor brasileiro Vicente Falek. “Estamos trabalhamos todos remotamente. Quando vou visitar minha família [no Brasil], participo de algumas apresentações e gravo a voz lá. Dessa forma, também tenho ótimos músicos brasileiros tocando em meus originais, que já gravamos, em português”, explica Carla.
Em uma era onde a tecnologia desempenha um papel crescente na indústria musical, Carla Berg reflete sobre o impacto da inteligência artificial (IA) no cenário musical. “O momento presente traz mais oportunidades para trabalhar com músicos ao redor do mundo, já que aprendemos a enviar materiais e produzir mesmo sem estar fisicamente no mesmo lugar,” diz Carla.
Ao abraçar as oportunidades tecnológicas, Carla Berg permanece dedicada à autenticidade e à conexão humana. “Através da música, consigo honrar minha identidade e compartilhar essa alegria com outros,” conclui a artista – que pode ser acompanhada em pelo Instagram @carlabergsinger.
No dia 14 de janeiro de 2024, ela se apresentou-se formando um quinteto com músicos locais durante a série “Brazilian Sundays” em uma das casas de Jazz mais renomadas de Nova York, a Jazz Forum Art, em Tarrytown, Westchester’s Premier Jazz Club, onde Mark Motganelli e sua esposa destacam músicos mundialmente renomados e promovem programas educacionais. Com dois sets de repertório completamente distintos, a brasileira lotou a casa, atraindo novos participantes na audiência.
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