A vitória de Trump, assegurando também o controle das duas casas legislativas, gera muita expectativa ao redor do mundo para os próximos anos, especialmente em 2025 e 2026. Além das expectativas, há também incertezas que permeiam todos os cenários desenhados pelos analistas.
Devemos, sim, esperar restrições comerciais e migratórias, mas não nos níveis anunciados antes de o novo governo assumir. Considerando que a imposição de tarifas nos níveis discutidos durante a campanha representaria um enorme choque negativo de oferta para a economia americana, elevando fortemente a inflação e reduzindo o crescimento, é mais provável que ocorram restrições menores do que as anunciadas.
Analisando bem, a indicação de Scott Bessent como secretário do Tesouro parece sensata. Ele trabalhou muitos anos com George Soros (ironicamente, um dos mais importantes apoiadores financeiros do partido oposto ao de Trump) e possui vasta experiência em macroeconomia, algo que será vital tanto para o novo governo quanto para os mercados globais.
Scott Bessent já defendeu que as tarifas devem ser, em um primeiro momento, uma estratégia de negociação e que o novo governo tem ciência da impopularidade política que uma alta da inflação pode acarretar. Ele também tem defendido metas de crescimento econômico de 3% e um aumento na produção diária de petróleo em 3 milhões de barris.
Com a nomeação, espera-se, pelo menos, que haja uma execução mais cuidadosa e uma melhor apreciação dos custos e riscos das propostas econômicas de campanha. E como será o cenário para 2025? Bem, inicialmente, podemos dizer que a economia americana está indo muito bem, com um crescimento econômico estimado para fechar 2024 em torno de 2,5%. Em relação à inflação, houve progresso, além de esperanças de uma normalização para 2025.
Voltando a falar em aumentos tarifários e restrições migratórias, essas medidas podem ser tratadas como um choque negativo de oferta, elevando a inflação e reduzindo o crescimento. Por outro lado, a desregulação e os cortes de impostos aumentam a demanda agregada, impulsionando tanto o crescimento quanto a inflação.
Um cenário provável para 2025 seria o de sobreaquecimento, com crescimento próximo aos níveis atuais, seguido de um 2026 mais moderado, impactado pelos choques de oferta negativos e pela perda de força dos choques fiscais positivos e das condições financeiras. Esse cenário, no entanto, colocaria o Fed em uma posição difícil e desafiadora, obrigando-o a operar com uma função de reação assimétrica, aceitando uma inflação entre 2% e 3%, mas mantendo-se atento para agir rapidamente em caso de qualquer ameaça de recessão.
Nos mercados de câmbio global, espera-se que o dólar mantenha sua capacidade de atrair fluxos de capitais, não apenas pela força da economia americana, mas também pela fragilidade dos concorrentes. No caso da China, apesar do último pacote de medidas fiscais, as perspectivas para a economia chinesa continuam sombrias, e uma nova guerra comercial deve colocar pressão adicional.
No geral, há boas perspectivas para a economia americana em 2025. No entanto, em relação ao câmbio dólar x real, isso dependerá muito do desempenho da economia brasileira, incluindo fatores como inflação, gastos públicos e o sentimento dos mercados.
Em sintonia com essa visão de controle financeiro, a Soul Brasil se dedica constantemente em manter seus seguidores informados sobre a cotação do dólar e análises do cenário mundial. Na nossa página “De Olho no Dólar” , confira insights importantes para embasar suas decisões financeiras de forma mais informada.
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