usina siderurgica mascara de protecao industriaNo última semana de agosto (2020), o governo norte-americano anunciou que vai reduzir a cota para importações do aço semiacabado do Brasil. Segundo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a medida deve-se a mudanças significativas no mercado de aço dos Estados Unidos, que se contraiu em 2020, depois de aumentar em 2018 e 2019.ebcebc

Em comunicado, Trump disse ainda que as exportações dos produtores norte-americanos caíram 15% no primeiro semestre de 2020, e que a utilização da capacidade instalada das empresas do setor estava abaixo de 70%, até 15 de agosto. “Além disso, as importações da maioria dos países diminuíram este ano de maneira compatível com essa contração, enquanto as importações do Brasil diminuíram apenas ligeiramente”, afirmou o presidente ao anunciar a redução.

Em nota conjunta, os ministérios das Relações Exteriores e da Economia afirmaram que, apesar da redução, as tarifas sobre o comércio bilateral do aço permanecerão isentas, a exemplo do que ocorreu em 2019. Segundo a nota, uma rodada de negociação entre os dois países será realizada em dezembro. “O governo brasileiro mantém a firme expectativa de que a recuperação do setor siderúrgico dos EUA, o diálogo franco e construtivo na matéria, a ser retomado em dezembro próximo, e a excepcional qualidade das relações bilaterais permitirão o pleno restabelecimento e mesmo a elevação dos níveis de comércio de aço semiacabado. Essa perspectiva coaduna-se com os atuais esforços conjuntos de integração ainda maior das economias dos dois países”, diz a nota.

Há dois anos, o governo do presidente Donald Trump adota medidas que afetam exportações brasileiras. A primeira foi a imposição, em março de 2018, de cotas para as compras de aço brasileiro e a taxação de 10% das compras de alumínio do país. Já em dezembro do ano passado, Trump já anunciava a intenção de reduzir as cotas de importação do aço, mas recuou após negociações com o governo brasileiro.

Na ocasião, o Instituto Aço Brasil, entidade representativa dos produtores de aço no país, afirmou ter recebido a decisão com perplexidade. Em posicionamento publicado na Internet, o instituto disse que a medida era uma retaliação ao Brasil, e que acabaria “por prejudicar a própria indústria produtora de aço americana, que necessita dos semiacabados exportados pelo Brasil para poder operar as suas usinas”.

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