Por Isabela Jordão
Quando completou onze meses após o início da pandemia de Covid-19, a Califórnia havia se tornado o estado americano mais afetado do país, com mais de 35 milhões de casos registrados, quase 0% de leitos de UTI disponíveis em diversos condados (incluindo o de Los Angeles) e hospitais enfrentando uma crise extrema. Ainda assim, para alguns, as noitadas pareciam não ter fim. Mesmo diante do caos, as festas “underground”, isto é, clandestinas, proliferaram em cidades como Los Angeles, principalmente no mês de dezembro. Esses eventos eram promovidos e endossados por celebridades do esporte, DJs, rappers e youtubers — além de serem facilitados pelo pouco esforço ou capacidade da polícia em contê-los.
O número de mortes causadas pelo coronavírus disparou no Estado Dourado após as celebrações de Thanksgiving, e os participantes das festas clandestinas provavelmente tinham ciência disso. No entanto, muitos simplesmente ignoravam a gravidade da situação e as medidas de segurança contra a Covid-19, muitas vezes por duvidarem da contagem de casos e mortes. Havendo ou não erros nas estatísticas, questionava-se se realmente era o momento apropriado para aglomerar-se com multidões de desconhecidos em espaços fechados — como eram os locais onde as festas aconteciam.
Em uma reportagem investigativa (em inglês), a L.A. Magazine apurou detalhes sobre a operação clandestina de vários clubes noturnos na cidade dos anjos. A matéria revelou a identidade e a opinião de promotores e participantes dessas celebrações, além dos métodos usados para manter os eventos em sigilo — que incluíam mensagens de texto em massa e senhas secretas. Além disso, a investigação destacou a aparente leniência do LADP (Los Angeles Department of Police), a polícia local, em relação às festas underground.
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