Por Isabela Jordão

Frequentadores de festas clandestinas em LA criaram até códigos secretos para dar acesso aos eventos. (Foto: Steve H./L.A. Magazine)

Frequentadores de festas clandestinas em LA criaram até códigos secretos para dar acesso aos eventos. (Foto: Steve H./L.A. Magazine)

Onze meses após o início da pandemia de Covid-19, a Califórnia é o estado americano mais afetado do país, com mais de 35 milhões de casos registrados, quase 0% de leitos de UTI disponíveis em diversos condados (incluindo o de Los Angeles) e hospitais em situação de crise extrema. Ainda assim, para alguns, as noitadas nunca têm fim. Mesmo diante do caos, as festas “underground”, isto é, clandestinas, pipocaram em cidades como Los Angeles, principalmente no mês de dezembro, promovidas e endossadas por celebridades do esporte, DJs, rappers e youtubers — e pelo pouco esforço ou capacidade da polícia em contê-las.

O número de mortes por conta do coronavírus disparou no Estado Dourado após as celebrações de Thanksgiving, e os participantes das festas underground provavelmente sabem disso. Contudo, muitos simplesmente ignoram a gravidade e as medidas de segurança contra a Covid-19, e o fazem por duvidar da contagem de casos e mortes. Havendo ou não erro nas estatísticas, vale o questionamento sobre se de fato é tempo oportuno para se aglomerar com multidões de desconhecidos em espaços fechados — como bem são os locais onde as festas clandestinas acontecem.

Em reportagem investigativa (em inglês), a L.A. Magazine averiguou detalhes sobre a operação clandestina de vários clubes noturnos da cidade dos anjos. A matéria revela a identidade e a opinião de promotores e participantes de tais celebrações, assim como os métodos utilizados para manter os eventos sob certo sigilo — que incluem mensagens de texto em massa e senhas secretas. Ainda, a investigação trata da evidente leniência do LADP (Los Angeles Department of Police), a polícia local, com as festas underground.

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