A paralisação do governo dos Estados Unidos, que já dura mais de um mês, está afetando gravemente o setor aéreo do país. Milhares de controladores de tráfego aéreo e agentes de segurança (TSA) têm trabalhado sem remuneração, causando uma série de atrasos e cancelamentos nos voos. A situação chegou a um ponto crítico nesta terça-feira, 4 de novembro, quando o secretário de Transportes dos EUA, Sean Duffy, alertou para a possibilidade de fechamentos parciais no espaço aéreo americano caso a paralisação continue.
“Algumas partes do espaço aéreo podem precisar ser fechadas”, afirmou Duffy, destacando a escassez de controladores de tráfego aéreo e de outros funcionários da Administração Federal de Aviação (FAA), que têm enfrentado dificuldades devido à falta de pagamentos. O impacto dessa situação é significativo: se os controladores não receberem seus salários, o cenário pode se agravar ainda mais, resultando em “atrasos e cancelamentos em massa de voos”, segundo o secretário.
Efeito Cascata nos Voos e no Turismo
O efeito cascata gerado pelos atrasos e cancelamentos de voos já é visível. No último fim de semana [1 e 2 de novembro de 2025], cerca de metade dos 30 aeroportos mais movimentados dos EUA enfrentaram a falta de controladores de voo, levando a grandes desconfortos para os passageiros. A incerteza sobre o futuro imediato das viagens aéreas coloca em risco os planos de férias, especialmente com o feriado de Ação de Graças (Thanksgiving) se aproximando. Esse é um período crucial para o turismo nos EUA, e a paralisação está ameaçando a fluidez das viagens.
A situação é ainda mais preocupante para aqueles que dependem do transporte aéreo para suas férias de fim de ano, com um número crescente de passageiros afetados a cada dia. A assistência alimentar para milhões de americanos também foi interrompida pela primeira vez, além da escassez de salários para funcionários federais, incluindo policiais, militares e trabalhadores de aeroportos.
“Se os controladores de tráfego aéreo não receberem o segundo salário, isso será catastrófico”, alerta Duffy. O secretário também mencionou a possibilidade de “caos generalizado” caso a situação se prolongue, o que comprometeria ainda mais a confiabilidade dos voos nos EUA.
Cenário Político e Impactos Econômicos
O impasse político no Congresso dos EUA tem sido o principal motor da paralisação, com republicanos e democratas culpando uns aos outros pela situação. A paralisação, agora em seu 35º dia, igualou o recorde de maior duração já registrado, o que acirra as tensões políticas em Washington. A Câmara dos Deputados e o Senado continuam em desacordo quanto às soluções para o financiamento federal, com um clima de polarização crescente.
O impacto do shutdown não se restringe apenas ao setor aéreo. A economia americana está sendo fortemente afetada, com estimativas apontando que o bloqueio poderia custar até US$ 11 bilhões à economia dos EUA se continuar por mais uma semana. Além disso, dados econômicos e de emprego limitados prejudicam o Federal Reserve na formulação de políticas monetárias, deixando a economia americana no escuro em termos de planejamento orçamentário.
O efeito da paralisação é sentido de forma mais intensa entre os trabalhadores federais, que continuam sem receber seus salários. De acordo com informações de um grupo de companhias aéreas, mais de 3,2 milhões de passageiros foram afetados por atrasos e cancelamentos desde o início do shutdown.
O impacto sobre o setor aéreo e o turismo aumenta a pressão para que o governo resolva o impasse rapidamente. O setor, que já enfrenta dificuldades devido à escassez de trabalhadores essenciais e os constantes atrasos, precisa de uma solução rápida para evitar mais danos econômicos.
