A Justiça dos Estados Unidos está acusando uma jornalista brasileira por falsificar formulários de imigração. Também influenciadora digital, Patrícia Lélis participaria supostamente de um esquema fraudulento que teria resultado em ganhos de aproximadamente US$ 700 mil. O esquema envolvia enganar indivíduos que buscavam obter visto de residência nos Estados Unidos.
Conforme as alegações, Patrícia se apresentou como uma advogada de imigração capaz de auxiliar clientes estrangeiros na obtenção de vistos E-2 e EB-5 para os Estados Unidos. O programa EB-5 oferece residência permanente legal e, eventualmente, cidadania, mediante o investimento substancial. Normalmente, esse pagamento é de, no mínimo. de 1 milhão de dólares para empresas qualificadas que geram empregos nos EUA.
De acordo com a Justiça americana, Lélis “mentiu sobre suas qualificações profissionais e sobre suas interações com o governo, com os tribunais e servidores públicos dos EUA e deturpou transações financeiras supostamente feitas em nome de clientes”.
Em setembro de 2021, Patrícia teria enviado um contrato de retenção legal a uma vítima, oferecendo assistência na obtenção de vistos EB-5 para os pais dela. A vítima realizou dois pagamentos iniciais, totalizando mais de US$ 135.000. De acordo com a brasileira, os fundos seriam destinados a um projeto imobiliário no Texas que se qualificava para o programa EB-5.
Entretanto, o dinheiro teria sido direcionado para a conta bancária pessoal de Patrícia. Em vez de investir conforme prometido, ela teria utilizado os recursos para pagar a entrada de sua casa em Arlington, custos de reforma e outras despesas pessoais, incluindo dívidas de cartão de crédito, segundo a Justiça dos EUA. Caso condenada, Patrícia pode ficar presa por até 20 anos pelo cometimento de crimes federais.
Em seu perfil na rede social X (antigo Twitter), a brasileira confirmou ser o alvo do FBI. Na terça-feira, 16 de janeiro de 2023, ela afirmou que “começou 2024 sendo ‘procurada’ pelo FBI’. Sobre seu atual paradeiro, a jornalista se reservou a falar que “está protegida em outro país”.
Vocês precisam entender que:
1- Twitter não é justiça.
2- Eu não devo explicações para ninguém aqui, eu nem sei quem vocês são.
3- Estou protegida em outro país, entreguei os documentos que tenho e estou sendo representada por um dos melhores advogados do país.
4- De ontem para…— Patrícia Lélis 🇧🇷 (@lelispatricia) January 16, 2024
“Meu crime: Peguei documentos de uns norte-americanos safados que me pediram para ser bode expiatório contra os meus e meti o pé. Boa sorte, USA, e contem sempre comigo para estar contra o governo norte-americano. Foram meses de perseguições e falsas acusações”, disse, em publicação.
Quem é a polêmica Patrícia Lelis
Após ganhar notoriedade como defensora do direito ao aborto, Patrícia Lélis transferiu-se para o PSC, então o partido de Jair Bolsonaro, permanecendo até meados de 2016. Posteriormente, houve uma mudança significativa em suas inclinações políticas, quando declarou seu apoio ao Partido dos Trabalhadores (PT) e manifestou entusiasmo por Lula.
Em 2018, Lélis candidatou-se a deputada federal por São Paulo, filiada ao Pros, mas não conseguiu atingir o número mínimo de votos necessário para obter uma vaga na Câmara dos Deputados.
A jornalista também enfrentou uma investigação interna dentro do PT, resultando em sua expulsão do partido em 2021 devido a declarações consideradas transfóbicas. A decisão foi tomada após Lélis publicar um vídeo nas redes sociais em que afirmava que uma mulher trans “exibiu seus órgãos genitais para outras mulheres e adolescentes” ao entrar em um banheiro em Los Angeles
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