O avanço do mar, ou erosão costeira, é um problema climático que acontece em várias partes do Brasil e do mundo e vem se agravando desde a década de 70 lentamente. No litoral de Pernambuco, e em inúmeras praias da região metropolitana de Recife, a situação é agravada pela ocupação desordenada do solo, contando com a alta pressão econômica sofrida no processo de urbanização acelerada.
A erosão costeira ocorre em 70% das praias arenosas do planeta, o que torna esse processo uma preocupação global. O avanço do mar em relação à linha de costa (recuo) causa vários tipos de impactos, como a perda de terreno com valor
econômico, social ou ecológico; a destruição de defesas costeiras naturais (dunas), por ação das tempestades, que por sua vez pode resultar em inundações costeiras e o enfraquecimento das defesas artificiais, aumentando também o risco potencial de inundação.
A ocupação nas zonas costeiras tem aumentado nas últimas décadas, sendo que mais de 50% da população mundial vive a 60 km da faixa litorânea, o que intensifica os processos que podem provocar erosão e alterações na dinâmica da costa. Um estudo no município do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, revelou um significativo avanço do processo erosivo e várias construções irregulares ao longo da faixa de praia de Enseada dos Corais.
Contando com um Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) para aquisição de imagens recentes, o arquiteto e urbanista Dyego Lins fez uso de geotecnologias para analisar a evolução do espaço urbano associando à variação da linha de costa. Também técnicas de geoprocessamento foram utilizadas em fotografias aéreas antigas das regiões. O resultado foi uma avaliação das influências dos processos naturais e antrópicos sobre a costa durante 41 anos e o que estes processos podem resultar para o futuro das áreas litorâneas em várias regiões.
A iniciativa da pesquisa reforça que trabalhos sobre a evolução espaço-temporal da costa são necessárias, principalmente em municípios fragilizados com o processo erosivo e falta de fiscalização ambiental. Principalmente sem novas políticas
urbanas e ambientais, que deveriam enfrentar esses problemas, fiscalizar e expropriar áreas ocupadas por construções irregulares.
Além de abordar problemas urbanos e ambientais, o estudo faz comparações estatísticas entre os dados originários do Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) e dados obtidos por equipamentos geodésicos, chegando a resultados positivos. Para
acessar o conteúdo técnico completo da pesquisa presente no volume 09 nº 06 da Revista Brasileira de Geografia Física, clique no site: http://www.revista.ufpe.br/rbgfe/index.php/revista/issue/view/61 .
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