O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos informou em nota, no dia 2 de outubro, que 2,4 milhões de pessoas ficaram sem trabalho por 27 semanas ou mais, um limite que se usa para definir o desemprego de longo prazo. Quase 5 milhões estão se aproximando dessa mesma marca até o começo de dezembro, segundo prognóstico do departamento.
A taxa de desemprego caiu para 7,9% em setembro, se comparado com 14,7% em abril, mas a queda no uso de máscaras seria uma tendência preocupante. Por exemplo, muitas mulheres que perderam seus empregos no início da pandemia, quando os empregos no setor de serviços evaporaram, pararam de procurar emprego e saíram da força de trabalho em consequência do fechamento de creches e escolas, já que ficaram sem opções de locais para deixar os filhos.
O fato é que a economia dos Estados Unidos está enfrentando uma onda de desemprego de longa duração, à medida que milhões de pessoas que perderam o emprego no início da pandemia continuam desempregadas após seis meses. Um relatório recente do Departamento de Trabalho dos EUA mostrou que, mesmo com o declínio das dispensas temporárias, a perda de empregos permanentes aumentou drasticamente.
Esses dois problemas, aumento do desemprego de longa duração e perda de empregos permanentes, apesar de diferentes, podem prenunciar um período prolongado de dano econômico e sofrimento no setor financeiro de muitos residentes nos Estados Unidos. Um fato muito preocupante, já que existem estudos que mostram que, quanto mais tempo as pessoas ficam sem trabalho, mais difícil é para elas voltarem retornarem ao mercado.
O mercado de trabalho se recuperou mais rapidamente do que a maioria dos analistas esperava na primavera americana, mas esse progresso diminuiu e há sinais de danos mais duradouros. Até o fim de setembro, a economia havia recuperado apenas cerca de metade dos 22 milhões de empregos perdidos entre os meses de fevereiro e abril.
O ramo de entretenimento, como restaurantes, cinemas, teatros, cassinos, conferências e cruzeiros, além da indústria de serviço ao cliente em geral, foram os mais afetados. É possível concluir que este movimento seja mais longo mais longo e talvez mais lento, o que coloca a economia americana em em risco por um futuro indefinido.
A Disney, por exemplo, anunciou, no final de setembro, que iria demitir 28.000 funcionários que trabalham em seus parques temáticos; várias redes de restaurantes, como a P.F Chang, livrarias de aeroportos e vinícolas (na Califórnia) fizeram reduções massivas de pessoal a longo prazo. E os cortes de empregos chegaram em massa às companhias aéreas, já que a American Airlines demitiu ou deu aviso de licença obrigatória a 19.000 trabalhadores, enquanto a United Airlines fez o mesmo com 13.000 de seus empregados.
Ao todo, quase 3,8 milhões de pessoas perderam seus empregos permanentemente em setembro, de acordo com a última pesquisa mensal do Departamento do Trabalho, quase o dobro do que no auge da pandemia, em abril, no que se refere a perdas de empregos.
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