Por Laís Oliveira
As fake news se manifestam com as mais diversas finalidades. Alguns produtores de conteúdo perceberam o óbvio: é muito mais fácil gerar audiência para seu site/blog quando o leitor encontra um conteúdo que reforça aquilo que ele acredita ou defende, mesmo que isso seja mentira. E aí a multiplicação de notícias falsas nas redes sociais se multiplicaram.
Modificar uma notícia ou fato, adicionando ou retirando algo que funcione para reforçar sua narrativa, funciona bem, principalmente por se tratar de uma “quase verdade”. Uma fake news pode surgir como vídeo, áudio, texto ou imagem, ser propagada na imprensa tradicional ou no ambiente digital, não importa, mas há um princípio básico para que um conteúdo seja considerado uma fake news: ele tenta se vender como verdade, como fato, quando não é.
O problema não é apenas a mentira em si, mas o alcance possível que a internet e as redes sociais proporcionaram e a velocidade absurda com a qual se dissemina. Atualmente, é difícil encontrar alguém, com acesso à internet, que nunca tenha recebido uma notícia falsa, não é mesmo? Os boatos não foram inventados pelas redes sociais, mas o crescimento delas expandiu o acesso à informação e, consequentemente, às fake news.
De acordo com um estudo dos cientistas do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), as notícias falsas se espalham 70% mais rápido que as verdadeiras, alcançando um grande número de pessoas. O estudo foi publicado na revista Science e os dados são alarmantes.
Com a recente pandemia de coronavírus no mundo, os governos dos EUA e do Brasil (por meio de seus ministérios da saúde), governos estaduais e universidade foram obrigados a criar canais de combate às fake news sobre o novo vírus para ajudar a população a distinguir o que é verdade e o que é falso nas redes sociais.
O Ministério da Saúde no Brasil, por exemplo, disponibilizou conteúdo próprio para desmascarar notícias falsas sobre o coronavírus. Já no site do governo de Minas Gerais também há divulgação de informações verificadas acerca da doença, assim como o governo de São Paulo que criou um canal exclusivo de comunicação para informar sobre formas de prevenção e enfrentamento ao Covid-19. Os interessados podem se cadastrar no canal spcoronavirus criado pela Secretária de Saúde de São Paulo no Telegram. As pessoas também podem baixar arquivos com cards informativos para divulgação em WhatsApp e redes sociais.
Aqui nos EUA, duas boas e seguras fontes sobre o coronavírus vem direto do governo norte-americano: o www.coronavirus.org que foi criado apenas com esse propósito e o www.cdc.gov/ do “Center of Disease Control and Prevention do governo. A OMS também tem um site oficial para checagem de informações, para acessar, clique aqui.
A checagem da informação, antes do compartilhamento, é uma grande aliada contra a disseminação de informações inverídicas. Um estudo do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação (Gpopai) da Universidade de São Paulo (USP) apontou que, somente nas redes sociais, 12 milhões de brasileiros compartilham notícias falsas. Um número preocupante.
Jogar a culpa da propagação das fake news no Facebook, Instagram, Google ou qualquer outra rede é tolice. As redes sociais são o meio, não o motivo. Investir milhões em inteligência artificial e desenvolver algorítimos mais precisos pode reduzir o impacto das fake news, identificando mais rapidamente esse tipo de conteúdo, banindo suas origens e penalizando aqueles que tem o hábito de ampliar seu alcance.
Então seria o meio mais prático, atualmente, de evitar que mais fake news surjam e se disseminem numa velocidade descontrolada. Cabe às empresas com maior poder aquisitivo do mercado quererem investir nesse sentido, afinal, todos sairiam ganhando. . Por outro lado, cabe a nós, seres humanos responsáveis, fazer a nossa parte, e compartilhar apenas o que se tem certeza.
E você, sabe identificar uma fake news? Confira nossas dicas neste artigo e compartilhe com seus amigos.
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