As Olimpíadas do Rio 2016 chegaram ao fim com um saldo muito positivo para o Brasil. Pelo lado do desempenho dos atletas e do quadro de vitórias, saímos com um total de 19 medalhas, mas pela primeira vez na historia da competição terminamos com mais medalhas de ouro do que prata ou bronze. No que diz respeito à organização, tivemos algumas falhas, como o caso da cor das águas das piscinas que ficaram por alguns dias verdes ao invés de azulada, mas o que não chegou a comprometer; e muitos fatos “além da expectativa”, como foi o caso das águas limpas do mar que foram elogiadas e que foram até comparadas às águas do mar do Caribe, na Baía de Guanabara. No lado da segurança, uma olimpíada sem maiores problemas e sem a dor de cabeça que poderia ocasionar um possível atentado terrorista.
As primeiras olimpíadas no Brasil foram um verdadeiro sucesso. O Comitê Olímpico Brasileiro está de parabéns e a cidade do Rio de Janeiro também. Os esforços, depois de muitas expectativas e, inclusive, pessimismo por parte de muitos brasileiros, valeram à pena ao ponto do Comitê Olímpico Internacional já ter declarado que, com o sucesso do Rio 2016, a cidade já estaria sendo considerada para uma possível próxima olimpíada alguns anos mais na frente, como é o caso de Tóquio – que estará recebendo as olimpíadas pela segunda vez em 2020.
Muitos atletas estrangeiros elogiaram a organização do Rio 2016 e a experiência deles na cidade maravilhosa. Alguns medalhões, como o nadador americano Michael Phelps e o velocista jamaicano Usain Bolt, chegaram a declarar publicamente a grande satisfação de terem participado em uma Olimpíada memorável no Rio. O jamaicano afirmou “the best Olympic Games Ever” e inclusive foi um dos atletas estrangeiros que mais interagiu com o público e a cultura do Brasil. Ele dançou e rebolou no ritmo brasileiro e chegou a desfilar com uma bandeira do Brasil em uma das finais em que ganhou mais uma medalha de ouro. No sábado, antes da cerimônia de encerramento, o astro jamaicano chegou a “ficar” com uma jovem de 20 anos brasileira (fotos foram vazadas e terminou na net confirmando a noitada).
Ainda no quesito atletas e nas performances dos brasileiros, as grandes surpresas sem dúvida foram as três medalhas inéditas da canoagem, com destaque para o jovem baiano Isaquias Queiroz, e a medalha de ouro, também inédita, no boxe, que veio de Robson Conceição que se tornou o primeiro atleta do país a conquistar a medalha de ouro nesse esporte em uma edição dos Jogos Olímpicos. No caso de Robson, a emoção foi ainda especial, pois o atleta havia sido eliminado nas olimpíadas de Pequim (2008) e Londres (2012).
Houve medalhas de ouro com disputas emocionantes como no vôlei masculino indoor e também masculino de praia, ambos contra a Itália, mas nenhuma se compara com a medalha de ouro do Brasil no futebol masculino. Afinal, a disputa do ouro teve como adversário a Alemanha e foi necessário chegar a uma dramática disputa de pênaltis. Depois do quinto pênalti convertido por Neymar, o Brasil lograva um fato inédito: a primeira medalha de ouro para o futebol brasileiro em uma olimpíada.
Entre as decepções, as que mais marcaram foram o judô, que por tradição, quase sempre dá bons frutos ao Brasil em olimpíadas; o vôlei de praia feminino que, com exceção da dupla Agatha/Barbara que ganharam a prata, decepcionou depois de grandes expectativas; e o futebol feminino que mais uma vez nadaram muito, mas morreram na praia com derrotas na semi-final e na disputa pela medalha de bronze. Mas no fim de tudo, o saldo foi muito positivo, com o Brasil fazendo sua melhor participação e terminando em décimo-terceiro lugar no quadro geral de medalhas, e calando a boca de estrangeiros e brasileiros que não acreditavam que o Rio (e o Brasil) poderiam organizar uma grande e memorável olimpíada.
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