A primeira cerimônia do Oscar, que aconteceu em 16 de maio de 1929, teve apenas 15 minutos de duração e mais parecia um banquete corporativo. Ao longo dos anos, o evento se transformou em um espetáculo com horas de duração, que você provavelmente já assistiu em algum momento.
A edição 92 do “Academy Awards” em 2020, que contemplou filmes lançados em 2019, aconteceu no dia 9 de fevereiro – apenas um mês antes das ordens de lockdown começarem em diversos estados dos EUA. Como o mundo ainda passa pela segunda onda da pandemia de covid-19, a cerimônia de 2021 do Oscar foi adiada para o final de abril.
O que se sabe, no entanto, é que alguns críticos de cinema do país, e em particular Hollywood, pedem mudanças na premiação, desde seu formato até os critérios como alguma categorias são distribuídas. Algumas delas podem entrar em vigor ainda este ano.
Um crítico de cinema do New York Times defendeu uma reformulação completa do Oscar. Entre as sugestões dele estão a expansão e a divisão das categorias para que sejam incluídos na disputa gêneros como comédia, terror e ação, que normalmente não são considerados cinema de prestígio e ficam excluídos da cerimônia.
Ele também recomenda tratar o filme coreano “Parasita” como o vencedor de Melhor Filme de 2020, “não como um ponto fora da curva, mas como um precursor”. Foi o primeiro longa não falado em inglês a ganhar esse prêmio, e cumpriu o ideal do Oscar – um filme bem feito com algo a dizer que resista ao teste do tempo e melhor do que qualquer produção mainstream de Hollywood em décadas. Então, por que não remover a categoria de Melhor Longa-Metragem Internacional e transformar a categoria de Melhor Filme em algo explicitamente internacional?
Outra ideia seria ampliar o número de votos aos prêmios, expandindo a adesão da academia para abranger uma diversidade mais geográfica, geracional e cultural.
Entre outras sugestões, e mais imediatas, estão a de Peter Mehlman, ex-ator de “Seinfeld”, que diz que durante a pandemia, os atores indicados para os prêmios deveriam ficar em casa e participar remotamente. “Você não acha que ganhar um Oscar em um sofá com seus cachorros e crianças pode humanizar e aproximar os atores do público?”, disse Mr. Mehlman.
O futuro é incerto para a premiação de cinema com o troféu mais famoso do mundo. Mesmo assim, os longas “The Forty-Year-Old Version”, “Sound of Metal” e “Minari” já figuram entre os favoritos da crítica para ganhar a estatueta de melhor filme no Oscar de 2021.
E, definitivamente, uma coisa podemos dar como certa: 2020 foi um ano estranho para o cinema, mas de fato pudemos contemplar excelentes filmes. Diversos deles, como a animação da Pixar, “Soul”, nos mostraram que, ainda que o retorno pleno às salas de cinema seja uma incógnita para 2021, as plataformas de streaming nos darão acesso às melhores novidades da sétima arte.
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