Image Living in the USA Cada Vez Mais Americanos se Mudam Para Outros PaisesNos últimos anos, um número crescente de americanos – especialmente os mais ricos – têm optado por mudar-se para outros países, e em alguns casos, até renunciar à cidadania norte-americana. Bem, esse fenômeno é impulsionado por uma série de questões sociais, econômicas e políticas. De acordo com advogados de imigração e especialistas do setor, muitos estão em busca de ambientes mais receptivos, onde possam ter uma melhor qualidade de vida e encontrar oportunidades de trabalho ou aposentadoria em condições mais atraentes.

Entre as motivações também estão a crescente preocupação com direitos civis, como o aumento de sentimentos anti-imigrantes, anti-semitismo e a discriminação contra a comunidade LGBTQ+, além da diminuição dos direitos reprodutivos femininos. 

A eleição que elegeram Donald Trump em 2016 e os desdobramentos dos anos seguintes também intensificaram esses movimentos, com um aumento expressivo em 2020, marcado pelas incertezas sobre mudanças fiscais, possíveis impostos sobre grandes fortunas e a instabilidade política, agravada pelos protestos no Capitólio em 6 de janeiro.

Para onde eles estão indo?

Quando se trata de destinos preferidos, Canadá e países da Europa Ocidental, como Grécia, Itália, Malta, Portugal e Espanha, estão no topo da lista. Cada um desses lugares oferece programas específicos para imigrantes, mas o processo nem sempre é fácil. A imigração depende de requisitos rígidos que variam de acordo com o país e, muitas vezes, exige que o solicitante tenha uma oferta de emprego em uma área com alta demanda, faça investimentos consideráveis ou possua uma renda que permita viver confortavelmente. 

Image Living in the USA Americanos Buscam Outros Paises Para ViveremNo Canadá, por exemplo, quem não tem um cônjuge cidadão precisa de experiência em profissões específicas. O sistema é competitivo, com pontuação baseada na qualificação dos candidatos, sendo os mais bem classificados os únicos aceitos. México e Panamá são destinos mais acessíveis, especialmente para aposentados e nômades digitais. Na Cidade do México, o custo de vida mais baixo e o clima atraem muitos americanos, enquanto o Panamá permite residência temporária de até 18 meses para trabalhadores remotos com uma renda mínima.

Opções para Nômades Digitais e Aposentados

Com o aumento do trabalho remoto, a procura por “Vistos Nômades Digitais” cresceu consideravelmente. Países como Costa Rica, Espanha, Itália e Portugal têm programas que permitem aos americanos morarem e trabalharem remotamente, com exigências de comprovação de renda mensal mínima, que varia entre US$3.000 e US$ 4.000, dependendo do país e do estado civil.

Portugal, por exemplo, oferece uma série de vistos, incluindo o programa “Golden Visa”, que possibilita a residência em troca de investimentos imobiliários, além do visto D7 para aposentados. Já a Espanha permite que profissionais altamente qualificados se candidatem ao visto de nômade digital por até um ano, com possibilidade de renovação.

Outros países como Austrália e Nova Zelândia também se mostram atrativos para americanos, mas com requisitos específicos para pessoas altamente qualificadas e investidores de grande porte. A Austrália, por exemplo, tem o programa Global Talent Independent, voltado para executivos e empreendedores que desejam contribuir para a economia de inovação do país, enquanto a Nova Zelândia exige investimentos multimilionários para residência de longo prazo.

Dupla Cidadania e Restrições

Aqueles que consideram renunciar à cidadania americana devem estar atentos a algumas implicações legais e a restrições impostas por alguns países. Por exemplo, países como Japão, China e Índia não permitem dupla cidadania, exigindo que os imigrantes renunciem à sua cidadania original para obter a cidadania local. Além disso, os Estados Unidos podem restringir o retorno de ex-cidadãos, dependendo dos motivos pelos quais deixaram o país, o que torna a decisão de renúncia algo a ser pensado cuidadosamente.

Fique atento: Leis de imigração mudam constantemente, incluindo nos Estados Unidos. E muitos países europeus estão revisando programas como o Golden Visa devido ao impacto no mercado imobiliário e na economia. Antes de se mudar, seja para onde for, procure se informar e se possivel, consulte especialistas em imigração ou empresas de assessoria em cidadania global para escolher o destino ideal e acompanhar as mudanças nos requisitos.

A busca por uma vida no exterior está em alta, mas exige planejamento cuidadoso e adaptação às leis locais. Seja pelo custo de vida mais baixo, oportunidades profissionais ou pela busca de novos direitos, a mudança para um novo país representa uma transformação significativa na vida de muitos, incluindo americanos e brasileiros – e a tendência só parece crescer.

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