Se você vive nos Estados Unidos ou mesmo no Brasil, já deve ter se perguntado: que companhia aérea é mais segura para viajar durante esses tempos de covid-19? Quais empresas estão pensando mais no lucro do que na minha segurança? Sera que meu voo estará lotado de passageiros ou há assentos vazios suficientes para manter um mínimo de distanciamento social?
Depois de uma caída drástica no setor do turismo e, em particular, nas viagens de avião durante os meses de março, abril e maio, a partir de junho alguns lugares passaram a reabrir suas economias e as pessoas passaram a ter menos medo de viajar de avião e, para a felicidade das companhias aéreas, o número de viajantes voltou a subir.
Pelo menos nos EUA o que vimos foram basicamente dois tipos de cenários: um no qual a companhia aérea bloqueia assentos estratégicos para oferecer mais espaço e o outro na qual a empresa deseja preencher aviões com lotação máxima e faturar o quanto puder deixando a segurança em segundo plano.
A Alaska Airlines, Delta Air Lines e Southwest Airlines afirmam que continuarão bloqueando os assentos intermediários ou adjacentes até o dia 30 de setembro. A JetBlue Airways estendeu sua proibição de vender assentos intermediários até o Dia do Trabalhador, 7 de setembro (Labor Day). Por outro lado, a United Airlines nunca colocou limites e continua a vender todos os assentos disponíveis, conforme a demanda permitir. Já a American Airlines, no dia 1 de julho, anunciou que reduziria suas restrições de capacidade.
Esse comportamento ou redução de restrições nos voos enfureceu alguns viajantes residentes nos EUA, especialmente pela questão do distanciamento social no ar. As companhias aéreas que estão deixando os principais assentos em aberto dizem que a medida foi projetada para garantir ao público sua segurança no ar.
Por outro lado, a pressão econômica para vender todos os assentos é enorme. Na segunda semana do mês de julho, a Delta, por exemplo, anunciou que sua receita caiu 88% no segundo trimestre, perdendo US$ 5,7 bilhões. Na mesma semana, a American Airlines disse que poderia demitir 20.000 funcionários a partir de 1º de outubro – quando os fundos federais de estímulo expirarem.
Entre as quatro maiores companhias aéreas dos Estados Unidos, Delta e Southwest entraram na pandemia com uma melhor posição financeira do que a American e a United. Em meados de julho, um voo em média, dentro dos EUA, levava cerca de 60 pessoas, ou seja, voava com uma capacidade média de cerca de 50%.
Em vez de bloquear os assentos, a American e a United estão oferecendo novas reservas para viajantes em voos lotados por meio de notificações pré-voo, embora alguns passageiros tenham reclamado que a mudança de planos no último minuto é inconveniente. Em um press-release, a imprensa a American Airlines disse “temos várias medidas de proteção para aqueles que viajam conosco, incluindo máscaras, procedimentos de limpeza aprimorados e uma lista de verificação de sintomas da covid-19 antes do voo”.
Porém o que é visto é um pouco diferente: uma grande parte dos seus clientes reclamam da falta de um mínimo de distanciamento social. Verdade que as companhias aéreas também aumentaram a frequência na limpeza das aeronaves e reforçaram seus protocolos de saneamento – como os filtros usados em voos que geralmente eliminam 99% das partículas transportadas pelo ar e mantem a circulação constante de ar fresco na cabine para mitigar a propagação de vírus.
Em seu site oficial, a CDC garante seus passageiros “A maioria dos vírus e outros germes não se espalha facilmente nos voos devido à forma como o ar circula e é filtrado nos aviões”.
Para alguns especialistas, mais importante que o distanciamento social é o uso de máscara, pois ela reduz o risco de pegar o vírus em até 70%. A maioria das companhias aéreas nos Estados Unidos exige máscaras, exceto quando um passageiro está comendo ou bebendo, o que provocou alguma dissidência no ar. Fica com você a decisão de viajar de avião ou evitar e aguardar o momento mais propício.
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