Por Jorge “Peregrino” Elade Filho
Um caminhar nômade tem levado o homem aos mais diversos e remotos cantos do planeta desde os primórdios dos dias. Esta mesma “curiosidade” continua nos movendo ao sabor dos ventos em busca de algum tesouro – uma vida melhor, um salário maior, uma onda perfeita, uma montanha mais técnica, um drop diferente.
Motivado pelas experiências vividas durante um ano de intercâmbio cultural vivido na Nova Zelândia, e agora estruturado sobre uma carreira como “Esportólogo” (estudioso do fenômeno esporte), atleta e repórter de Corrida de Aventura, parti no dia cinco de maio de 2005 para uma grande aventura chamada Projeto Peregrino, ou nada menos que a tradicional “volta ao mundo”, com passagens pelos cinco continentes e foco na vivência do Esporte de Aventura, em lugares tidos como referencia em Turismo Outdoor.
Após 1 ano de minha partida do Brasil, minha caminhada continua em seus primeiros passos. Por seis meses morei na Costa Oesta Americana, trabalhando, treinando e aprendendo mais sobre a arte do Mountain Bike, mais precisamente na cidade de Big Bear, meca da modalidade nos Estados Unidos, bem como aprimorando técnicas em corrida de aventura por meio da participação no circuito Californiano e em duas grandes expedições – Ecomotion Pro (ver edição 21da Soul Brasil ) e Baja Travesia em Baja Califórnia.
Em 2006 o projeto tomou novo rumo e parti para as águas mais ao sul. Atualmente tenho como morada a cidade de Queenstown, capital Neozelandesa de Esportes de Aventura (Paragliding, Rafting, Bungy Jumping, Rock Climbing, e Snowboarding). Alem de trabalhar como massagista e vendedor de uma loja de Surf, participo das competições de bike e corrida, explorado terrenos diferentes e conhecendo pessoas distintas também em busca do mesmo tesouro: brincar pelo grande playground que é esse planeta.
Veja o perfil de alguns desses que andam por aí:
Guilherme “Toto” Setani, 29
O matemático e físico formado pela Unicamp, tem como morada a cidade de São Roque em São Paulo. Escalador, montanhista e fotógrafo há mais de 10 anos, Totó faz parte da equipe Try On, e juntamente com Vitor Negrete e Rodrigo Raineri tentaram chegar ao cume do Monte Everest sem oxigênio no ano passado. Atualmente ele tem escalado montanhas mais baixas e mais técnicas com parceiros neozelandeses, e tem planos de explorar montanhas pela Austrália e Tailândia, além de voltar a cordilheira do Himalaia. Ele trabalha como guia de escalada em rocha e como vendedor em uma loja de equipamentos para subsidiar suas aventuras.
Amauri Canina, 26
Natural de Amparo em São Paulo, crescido em Ubatuba no litoral paulista, Amauri ataca nos esportes de prancha. Bacharel em Turismo pela Universidade de Taubaté-SP, além de dominar o surf e o skate, é um fiel aventureiro, e saiu do Brasil em busca de novos drops. Escolheu a Nova Zelândia para o inicio de suas explorações devido as montanhas e ao snowboard. Logo, seguiu viagem rumo a Austrália, Indonésia, Tailândia, e em um futuro próximo Europa. Ele financia suas viagens atualmente trabalhando “part-time” por onde passa.
Advogada de Belo Horizonte, a menina faz parte da equipe Oskalunga de corrida de aventura, corre triatlhon e ficou com a 3 colocação no primeiro X-Terra realizado no Brasil ano passado. Atualmente se encontra também na Nova Zelândia, em busca de novos ares e do contato com atletas kiwis, tidos como os mais fortes nas modalidades de esporte de aventura. Ela tem estado constantemente no Top 3 das provas que participa, e esta pagando a viagem trabalhando como cozinheira de um dos bons restaurantes da cidade de Queenstown.
Mas independente de qual seja o plano ou o destino, o que importa é estar ciente do passo que estamos dando. No site do Projeto Peregrino cito Eckhart Tolle como uma referencia a respeito da nossa jornada de vida. Ele diz que esta jornada tem um propósito externo e um interno. O propósito externo é o de alcançarmos o objetivo ou destino, e realizarmos o que estabelecemos cumprir, Mas, se o destino ou os passos que vamos dar no futuro tomam tanto nossa atenção que se tornam mais importantes do que o passo que estamos dando agora significa que perdemos completamente o propósito interno da vida. Que não tem nada a ver com onde estamos indo ou com o que estamos fazendo, mas tudo a ver com o – de que modo.
Afinal, a vida é uma viagem, e não um destino.
Anda com fé camará!
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