Leo possui tanta paixão pela música, que embarcou numa busca incansável pelo aprimoramento artístico. Nascido no Rio de Janeiro, já na adolescência começou a tocar na primeira banda brasileira de reggae/ska, chamada Kongo. Com o grupo, realizou shows significativos e viajou para diferentes estados do Brasil. “Eu comecei a gostar de tocar música para o público e isso me incentivou a seguir uma carreira na indústria musical”, conta.
Em 1989, o carioca deu um passo audacioso ao cruzar o oceano para estudar música na Escola de Música da Universidade de Miami. “Na época, meu pai era professor visitante na universidade, o que me ajudou a descobrir que eles tinham um ótimo programa de música. Não foi fácil ser um estudante internacional e me adaptar a um novo estilo de vida, mas abracei o desafio”, explica. Em Miami, teve a oportunidade de tocar com diversos artistas e acabou tocando muita música latina eventualmente. Um desses artistas foi Shakira, ainda muito jovem e tentando sua vida nos EUA. Além disso, Leo lembra saudoso, Delmar Brown, grande amigo e mentor na época.
A mudança para L.A em 1999 representou um novo capítulo na carreira de baixista. Ao conectar-se com músicos locais e, eventualmente, com o baterista Mike Shapiro, ele encontrou oportunidades únicas. “Mike me fez tocar em suas aulas na L.A. Music Academy (agora L.A. College of Music), o que me levou a me tornar professor lá por 20 anos. A amizade com Mike e também a conexão com a seção rítmica (baterista e baixista) me levaram a tocar com Sergio Mendes por cinco anos e o grande Dori Caymmi. Durante esse período, também gravei em muitos álbuns premiados com o Grammy”, diz.
Leo Nobre destaca a importância das conexões na cena musical de Los Angeles e como essas relações moldaram sua carreira ao longo dos anos. No entanto, Nobre aborda os desafios contemporâneos da indústria musical. Ele enfatiza que é preciso entender as redes sociais e passar tempo fazendo esse network. “Eu sou uma alma antiga navegando nestes tempos modernos”, nos diz em tom de brincadeira. O baixista recorda que muita coisa mudou e que para o artista,algumas foram boas e outras não tão boas. “O grande maioria dos músicos continua tendo que se virar e precisando ser versatil para pagar as contas”, complementa.
Apesar desses desafios, ele mantém seu foco na música e na valorização dos momentos importantes da vida, como a família e as paixões pessoais. Leo Nobre expressa profunda gratidão por sua jornada nos Estados Unidos, enfatizando como o amor pela música não apenas o trouxe para este país, mas também moldou sua vida de maneiras imprevisíveis.
“Conheci minha linda esposa Mari Nobre em Nova York, no palco (ela é cantora), enquanto estava em turnê com Sergio Mendes, e a convenci a vir morar na Costa Oeste. Com ela eu tive dois filhos maravilhosos. E o resto é história sendo escrita… através da música. Estar presente e nunca esquecer de onde você vem é uma boa assinatura musical”, conclui o artista.
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