Nos últimos anos, os passageiros que voam com companhias aéreas aqui dos Estados Unidos têm enfrentado um aumento significativo nas taxas associadas aos serviços essenciais de viagem. Um dos exemplos mais notáveis é a mudança nas políticas de bagagem despachada, quando muitas companhias passaram a cobrar por bagagens adicionais, com algumas até fazendo a bagagem de mão sendo única opção “gratuita”. Essas mudanças têm gerado debates acalorados sobre os custos crescentes de viajar de avião e o impacto que isso tem sobre os passageiros.
Historicamente, as companhias aéreas nos Estados Unidos incluíam o custo das bagagens despachadas no preço do bilhete. No entanto, à medida que a indústria enfrentou desafios econômicos e concorrenciais (principalmente após a pandemia da Covid-19) muitas companhias aéreas começaram a procurar maneiras de aumentar suas receitas e reduzir custos operacionais.
Em março de 2024, despachar uma bagagem padrão com a companhia aérea custava $40 em um aeroporto dos EUA, em comparação com os $30 cobrados em 2023. A American Airlines, por exemplo, considerada uma das maiores companhias dos EUA, elevou em cerca de 33% os custos de despacho de bagagens desde janeiro de 2024. Confira a tabela de preços (abril de 2024*) para o envio de bagagens em companhias aéreas nos Estados Unidos:
- Alaska Airlines: Primeira bagagem despachada $35 | segunda bagagem despachada $45
- American Airlines: Primeira bagagem despachada $35-$40 | segunda bagagem despachada $45
- Delta Air Lines: Primeira bagagem despachada $35; | segunda bagagem despachada $45
- Hawaiian Airlines: Primeira bagagem despachada $25-$3 | segunda bagagem despachada $35-$40
- JetBlue Airways: Primeira bagagem despachada $35-$45 | segunda bagagem despachada $50-$60
- United Airlines: Primeira bagagem despachada $35-$40 | segunda bagagem despachada $45-$50
- Southwest Airlines: Cada passageiro tem direito a duas bagagens despachadas gratuitas.
Como visto, a única exceção permanece com a Southwest, que é reconhecida como nunca ter cobrada por bagagens despachadas. A prática de cobrança excessiva frequentemente deixa os passageiros se perguntando por que as companhias aéreas optam por afastar seus clientes com taxas de bagagem, em vez de realizar a cobrança total no ato da venda das passagens.
Uma brecha na lei tributária
Por trás desses aumentos, há uma causa ligada à própria legislação dos Estados Unidos. Pela lei, as companhias aéreas devem pagar uma taxa de 7,5% do preço das passagens ao governo federal quando transportam passageiros dentro do país, além de outras taxas. Contudo, as companhias não apoiam a cobrança, argumentando que aumentam o custo para os consumidores em cerca de 20%.
No entanto, existe uma exceção para essa regra, desde que seja cobrada separadamente e claramente indicada no valor total. Isso significa que se uma companhia aérea cobra um preço total de $300 para um voo de ida e volta dentro dos EUA, incluindo a bagagem, ela deve $22,50 em impostos. Mas se cobrar $220 pelo voo e $40 separadamente por cada trecho da bagagem, o custo total é o mesmo, mas a taxa de imposto é reduzida para $16,50. Isso economiza $6 para a companhia aérea.
Essa economia pode ser pequena em um voo individual, mas se acumula ao longo de muitos voos. Em 2002, as companhias aéreas arrecadaram $180 milhões em taxas de bagagem, aproximadamente 33 centavos por passageiro. Atualmente, essas taxas aumentaram significativamente, ultrapassando 40 vezes esse valor no ano passado.
É esperado que as taxas totais de bagagem excedam $7 bilhões quando os dados de 2023 forem divulgados, equivalente a cerca de $9 por passageiro doméstico em média. Ao cobrar separadamente pelas bagagens, as companhias aéreas economizaram cerca de meio bilhão de dólares em impostos apenas no ano passado.
Peso para o bolso do passageiro
Como mostrado na comparação de preços mais acima, as passagens não só aumentaram de valor, como implicam em cobranças que tendem a subir a partir de duas malas despachadas. O que antes era visto como um serviço padrão agora se tornou uma fonte adicional de despesas. Isso pode impactar significativamente o planejamento financeiro dos viajantes e a uma experiência de viagem menos satisfatória.
Será que, ao menos, as cobranças trazem algum benefício pros passageiros, como uma redução no extravio de bagagens? Segundo dados do Bureau of Transportation Statistics, em 2007 havia cerca de sete relatórios de bagagens extraviadas por mil passageiros, enquanto em 2018, esse número reduziu para uma ocorrência a cada 350 voos. No entanto, desde a mudança de método em 2019, os dados indicam cerca de seis bagagens extraviadas por mil despachadas, sem demonstrar melhora desde então.
A verdade é que agora os passageiros têm que tomar escolhas mais complexas ao reservar voos, equilibrando o custo das tarifas aéreas com as taxas adicionais associadas a serviços como bagagem despachada. Sem falar na tendência de entrega de lanches cada vez mais simples nas viagens ou até mesmo apenas opções de compra.
No fundo, o problema das taxas altas de bagagem vai além das estratégias de negócio das companhias aéreas; está relacionado com detalhes das leis de impostos. Enquanto as companhias aéreas buscam maneiras de melhorar suas operações, os passageiros precisam ficar de olho nas políticas que mudam frequentemente, infelizmente tendo que pensar em maneiras de reduzir os custos extras de despachar bagagens.
* Para consultoria e assistência nos Estados Unidos, entre em contato com nossa agente de viagens Magali Da Silva – Fone / WhatsApp: 1 (323) 428-1963. Estamos em Los Angeles na Califórnia e estabelecidos há mais de 25 anos.
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