pollution 4796858 1920De acordo com um estudo publicado na “Nature Climate Change”, na terça-feira (19), devido à pandemia do novo coronavírus e medidas de isolamento social em todo o mundo, as emissões de carbono que provocam o aquecimento global caíram 17%. No Brasil, queda foi de 25%. O índice dos gases chegou ao patamar mais baixo desde 2006.

Os autores do estudo dizem que a queda está relacionada aos padrões de demanda de energia – fronteiras bloqueadas e isolamento social reduziram o transporte e mudaram os padrões de consumo. As emissões tiveram uma redução média que variou de 11% a 25%.

Quatro regiões – China, Estados Unidos, União Europeia e Índia – responderam por 2/3 do recuo nos primeiros 4 meses de 2020, o equivalente a pouco mais de 1 bilhão de toneladas de CO2.

“Os confinamentos levaram a uma mudança drástica no uso de energia e nas emissões de CO2“, disse a pesquisadora responsável pelo estudo, Corinne Le Quéré, da Universidade de East Anglia. “Mas essas quedas extremas deverão ser temporárias, pois não refletem mudanças estruturais nos sistemas econômico, de transportes ou de energia”.

Se a economia mundial retornar aos níveis pré-pandemia em meados de junho – o que é improvável – as emissões de CO2 em 2020 deverão cair apenas 4%, calculou a equipe de Le Quéré. Se as restrições em vigor em vários países continuarem até o fim do ano, o declínio será de cerca de 7%.

Para evitar que a temperatura média do planeta suba mais de 1,5º C até 2100, como pretende o Acordo de Paris, seria necessário que as emissões caíssem 7,6% todos os anos, ao longo da atual década.

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