Por Maria Cristina Manfro
Certa vez recebi uma mensagem que dizia: receber e-mails faz bem à saúde. Inclusive, parece que isso já foi comprovado. Se isto tem algum embasamento científico, não sei. Mas, se eu olhar para os meus sentimentos, não tenho dúvida alguma de que é uma realidade.
Nos últimos tempos tenho tido o privilégio de conhecer pessoas simplesmente fantásticas, que entraram na minha vida – e eu na delas – nos momentos mais inesperados, trazendo mensagens exemplares de otimismo, de qualidade de vida, de humor…
Todos os dias tenho estado perto, mesmo que a milhares de quilômetros, de pessoas que se tornaram importantes em minha vida através do computador e da boa vontade. Fico impressionada por conhecermos pessoas com disposição e disponibilidade para serem generosas e afetivas, dizendo-nos palavras de conforto, ajuda e incentivo. Algumas pessoas, mesmo quando me escrevem para criticar algum artigo ou parte dele, são fantásticas. Enviam suas preciosas contribuições e opiniões de forma delicada e cuidadosa e eu as recebo como uma visão diferenciada de determinado assunto. Sua forma respeitosa só me faz crescer.
Quem não gosta do computador é porque ainda não se familiarizou com as possibilidades de aconchego que ele pode proporcionar. Já me disseram: “ele não substitui um bom abraço”. Mas vou lhes dizer, nas últimas semanas tenho me sentido muito abraçada.
São pessoas que me encaminham poemas, músicas e crônicas. Há também aquelas que já me apresentaram suas famílias, além de outras que já me presentearam com suas habilidades. Chamam isto de amizade virtual???? Pois vou lhes dizer, algumas pessoas, de virtual não têm nada, pois já concretizaram, de maneira palpável, seu afeto. Onde eu poderia imaginar uma coisa assim?
Em pouco tempo, muitas pessoas entraram no meu computador, deram o seu recado e saíram. Outras se mantêm constantes e já não fazem somente parte da agenda do computador. Confesso, ocupam um lugar cativo no meu coração. Espero suas mensagens como se eu fosse uma adolescente à espera dos “amigos”. Se isto realmente é coisa de adolescente, vou lhes dizer que, para algumas coisas, não deveríamos crescer nunca!
Lógico, como tudo na vida, a intensidade e a freqüência com que usamos este recurso, este tipo de possibilidade de encontro e relacionamento, devem ser levados em consideração.
O inesperado de sermos surpreendidos com uma mensagem carinhosa, que vem carregada de afeto, causa uma verdadeira corrente interna de energia, que pode, em muitos momentos, ser terapêutica. Num determinado momento pode até parecer enfadonha ou sem propósito, extensa demais, demorada demais para “abrir”, mas podem ter certeza que quando menos se espera, lá estará você, precisando daquela palavrinha ou daquela imagem.
Às vezes, você já nem espera um retorno e, de repente, lá está a tão aguardada mensagem. Você pode até dizer que também recebemos muita porcaria através do computador. Mas não é assim também na vida? Nossa tarefa é fazermos a seleção entre o bom e o ruim. O que sei é que não tenho esquecido muitos nomes devido a duas palavras fundamentais: iniciativa e investimento. Estas pessoas passaram a ter espaço garantido na minha vida. Algumas vezes torna-se difícil responder a todos na hora em que se quer. Mas estou certa que vale a pena dedicarmos parte do nosso tempo para espalhar carinho e amor com um simples comando de “ENVIAR”.
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