test 5693761 1920A vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e a farmacêutica AstraZeneca apresentou uma eficácia média de 70,4% na fase 3 (última etapa) de testes, é o que mostram os dados preliminares publicados na revista científica The Lancet nesta terça-feira (08).

Para se ter ideia, em um pequeno grupo que tomou apenas meia dose na primeira aplicação, a eficácia do imunizante chegou a 90%. Para a maioria, que tomou a dose completa na primeira aplicação e no reforço, essa porcentagem foi de 62%.

A coordenadora dos testes da vacina de Oxford no Brasil, Lily Yin Weckx, relatou que não houve casos graves de covid-19 nos voluntários que foram imunizados durante a fase de testes. O governo brasileiro possui um acordo com o laboratório e a Universidade de Oxford para a compra de 100 milhões de doses da vacina, cujos testes também foram feitos no Brasil. Com a possibilidade de usar uma dosagem menor da vacina na primeira aplicação, a expectativa é que o acordo contemple 130 milhões de doses da vacina.

As notícias positivas sobre as vacinas em produção chegam no momento em que um estudo sobre a imunidade de quem já contraiu covid-19 sai nos EUA, também nesta terça-feira (08). Esse estudo foi liderado por especialistas de Stanford, na Califórnia, com cientistas de várias instituições dos Estados Unidos, e revelou a mais detalhada investigação sobre os anticorpos produzidos em resposta à infecção pelo coronavírus. A pesquisa acompanhou por cinco meses com precisão cirúrgica a evolução dos anticorpos contra o Sars-CoV-2 em 254 pessoas.

A pesquisa, divulgada na Science Immunology, mostra que os anticorpos IgA e IgM (da resposta à infecção ativa, aguda) desaparecem na convalescença não importa o grau da covid-19, de assintomáticos a pessoas que estiveram em UTI à beira da morte.

Os anticorpos IgG (memória protetora adquirida) ainda duram um pouco mais, mas também desaparecem, mesmo para quem os tinha em grande quantidade. A primeira mensagem do estudo é que não há imunidade natural adquirida permanente. Pessoas que contraíram covid-19 grave podem adoecer novamente – como já é possível ver inúmeros casos em diversos países.

A segunda conclusão é que estudos de sorologia (anticorpos) não oferecem um retrato confiável da população que já foi exposta ao coronavírus. Se os anticorpos desaparecem, nem todos os infectados são detectáveis desta forma. A terceira conclusão é que ainda não se sabe quanto tempo dura a proteção oferecida por uma vacina e quão frequentes precisarão ser as doses de reforço.

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