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Prédio do Columbia University Medical Center, integrante da coalizão para pesquisa a respeito do spray nasal.

Um spray nasal que bloqueia por completo a absorção do coronavírus foi divulgado na última quinta, 6 de novembro, após um estudo feito por uma equipe internacional de cientistas. Os testes do estudo foram limitados a animais, e a pesquisa ainda precisa ser reavaliada, mas se o spray, descrito pelos cientistas como como não tóxico e estável, funcionar em humanos, poderá fornecer uma nova maneira de combater a pandemia, agindo  quase como uma vacina.

“Ter algo novo que funcione contra o coronavírus é empolgante”, disse o Dr. Arturo Casadevall, presidente do departamento de imunologia da Escola de Saúde Pública John Hopkins Bloomberg, que não participou do estudo, em declaração ao New York Times. O trabalho está em andamento há meses, feito por cientistas do Columbia University Medical Center e Cornell University (EUA), Erasmus Medical Center (Holanda), e University of Campania (Itália). O estudo foi financiado pelo National Institutes of Health e pelo Columbia University Medical Center.

O spray, que ataca o vírus diretamente, contém um lipopeptídeo, uma partícula de colesterol ligada a uma cadeia de aminoácidos, os blocos de construção das proteínas. Este lipopeptídeo em particular corresponde exatamente a uma porção de aminoácidos na proteína do pico do vírus, que o patógeno usa para se ligar a uma via aérea humana ou célula pulmonar.

Antes que um vírus possa injetar seu RNA em uma célula, o pico deve efetivamente descompactar, expondo duas cadeias de aminoácidos, a fim de se fundir à parede celular. À medida que o pico volta para completar o processo, o lipopeptídeo no spray se insere, prendendo-se a uma das cadeias de aminoácidos do pico e evitando que o vírus se fixe.

“É como se você fechasse um zíper, mas colocasse outro zíper dentro, para que os dois lados não se encontrassem”, explicou Matteo Porotto, microbiologista da Universidade de Columbia, e autor de um artigo sobre o estudo. Os animais e, mais particularmente, furões, são usados ​​por cientistas que estudam a gripe, a SARS e outras doenças respiratórias porque podem pegar vírus pelo nariz da mesma forma que os humanos, embora também se infectem pelo contato com fezes ou por arranhões e mordidas.

O spray protetor se liga às células do nariz e dos pulmões e dura cerca de 24 horas, explicou a Dra. Anne Moscona, pediatra e também microbiologista da Universidade de Columbia e co-autora do estudo. “Se funcionar bem em humanos”, afirma, “você poderia dormir em uma cama com alguém infectado ou estar com seus filhos infectados e ainda assim estar seguro”. De fato, uma ótima notícia para todas as pessoas dos países afetados pela Covid-19.

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