Por Laís Oliveira

airport 3511342 1280A covid-19 e sua rápida contaminação em todo o mundo limitou as viagens internacionais e impôs uma dura realidade aos turistas com o fechamento de fronteiras e restrições para a entrada de estrangeiros.

O Brasil se tornou um dos países mais atingidos por restrições e duras regras de outros países pelo fato de não ter controlado a pandemia, a lenta vacinação no país e pela ampla disseminação de uma das mais temidas mutações do coronavírus, conhecida como P1, descoberta inicialmente em Manaus, mas já presente em grande parte do país.

De acordo com um levantamento do jornal Valor Econômico, com dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) e do site Skyscanner, o Brasil enfrenta uma dura realidade. Hoje o brasileiro só perde para sul-africano num ranking de quantidade de barreiras impostas para viajar para o exterior.

Atualmente há restrições para o Brasil em 116 países ou territórios, contra 119 para viajantes da África do Sul. O terceiro lugar é ocupado pelo Reino Unido, com restrições de 114 países. Não coincidentemente, são os três países onde se originaram as novas mutações dominantes do coronavírus, responsáveis por uma nova onda de contágios por onde passaram.

A segunda onda da covid-19 afetou de forma mais grave que a primeira alguns países, e o Brasil é um deles. São tantos casos e mortes que alguns países estão restringindo não apenas a entrada de brasileiros, mas também os voos para o Brasil. É o caso de Portugal, que prorrogou a restrição de voos de/para o Brasil pelo menos até 31 de março. Mesmo países próximos, como a Argentina e o Chile, impuseram medidas duras para quem vem do Brasil, incluindo a obrigatoriedade de testes e de quarentena.

Já nos EUA, a estratégia de combate ao coronavírus implementada pelo presidente Joe Biden mantém a restrição de entrada no país para passageiros vindos do Brasil, ou seja, passageiros que estiveram no Brasil nos últimos 14 dias não estão autorizados a entrar em território norte-americano.

Porém a medida é específica para viajantes que saem do Brasil com destino aos Estados Unidos, não exatamente para viajantes de nacionalidade brasileira. Ou seja, brasileiros podem viajar para os Estados Unidos, desde que não tenham estado ou transitado nos últimos 14 dias pelos seguintes países, segundo as as regras dos CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA):

  • África do Sul
  • Brasil
  • China
  • Irã
  • Países-membros do Espaço Schengen (Áustria, Bélgica, República Tcheca, Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Islândia, Itália, Letônia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Holanda, Noruega, Polônia, Portugal, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Suécia, Suíça, Mônaco, San Marino, Cidade do Vaticano)
    Reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales, Irlanda do Norte)
    República da Irlanda

restricoesComo a entrada de brasileiros nos EUA ainda não é liberada quando a viagem tem origem no Brasil, muitos estão tentando burlar o sistema. Nosso editor, em uma conversa com um brasileiro que trabalha para o ICE (imigração americana) na primeira semana de março – ele não quis ter a identidade revelada – revelou que há muitos brasileiros que conseguiram o visto de turista antes da pandemia tentando driblar as restrições.

Eles estão fazendo uma rota para outro país, como o México, ficam alguns dias neste local e, logo em seguida, pegam outro voo com destino aos Estados Unidos. Muitos desses turistas irão se deparar, provavelmente, com autoridades da Imigração Norte-americana em Los Angeles, Miami e São Francisco, por exemplo, pois já estão a par da “tática” ilegal.

Então muito cuidado ao tentar driblar o sistema. Lembramos que, além de não ser recomendado viajar durante a pandemia, qualquer uma das possibilidades de entrada de brasileiros nos EUA hoje exige pelo menos 14 dias de quarentena no exterior. Então o mais interessante é se resguardar, proteger a si e os demais e aguardar esse momento turbulento passar.

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