Enquanto uma parte do mundo segue na corrida para obter o máximo de doses possível de vacina para imunizar a população, muitos, inclusive com baixa porcentagem de vacinados, nos EUA acontece algo curioso: há vacinas, mas muitos não querem se vacinar. Com isso, diversas iniciativas se multiplicam para convencer os indecisos a se vacinarem contra a Covid-19.
Quase 56% dos adultos do país, ou mais de 145 milhões de pessoas, receberam pelo menos uma dose – até a sexta-feira (07). Mas o número diário de doses administradas está diminuindo e as autoridades querem convencer os indiferentes ou céticos a se vacinarem.
Cerveja, desconto no supermercado, em restaurantes premiados, donuts grátis até o ano que vem, ingresso para jogo de beisebol, flores, cigarro de maconha, sorteio de um Chevrolet Camaro ou dinheiro. Esses são alguns dos incentivos que governos locais e empresários estão dando para estimular as pessoas a irem se vacinar.
Entre eles, um se destacou e ganhou a mídia norte-americana na quarta-feira (12): o governador Mike DeWine, de Ohio, anunciou que o estado daria US $ 1 milhão a cinco pessoas, individualmente, em troca de terem sido vacinadas. O dinheiro será entregue por meio de uma loteria em cinco sorteios semanais – o primeiro acontecerá no dia 26 de maio.
A loteria, cuja legalidade pode levantar questões, será paga por fundos federais de ajuda ao coronavírus, disse o governador. “Sei que alguns podem dizer: “DeWine, você é louco!”, disse o governador no Twitter. DeWine ainda afirmou que não se trata de loucura, mas de uma solução para evitar “‘um verdadeiro desperdício neste ponto da pandemia quando a vacina está prontamente disponível para qualquer um que necessite”.
É válido lembrar que os EUA aceleraram a vacinação em março e abril, com recorde de 4 milhões de pessoas imunizadas por dia, mas o país tem registrado uma queda em maio nos números de imunização. O problema não é a oferta de vacinas, e sim a demanda, algo que autoridades e o setor privado tentam contornar.
Novas estratégias dos governos federal e estaduais tentam facilitar o acesso à vacina. Muitas cidades deixaram de lado o sistema de agendamento adotado anteriormente para permitir a aplicação de doses em qualquer cidadão, sem horário marcado. Os centros de vacinação em massa – normalmente em estádios, grandes escolas ou outlets, distantes das cidades – têm sido desativados para privilegiar farmácias e clínicas de saúde rurais. A ideia é aumentar a capilaridade e aproximar os locais de vacinação das pessoas.
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