De acordo com os primeiros resultados do ensaio envolvendo cerca de 1.077 pessoas divulgados nesta segunda-feira (20) na renomada revista The Lancet, a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, é segura e capaz de desenvolver anticorpos contra o novo coronavírus.
As pessoas que receberam a imunização entre os dias 23 de abril e 21 de maio, no Reino Unido – de acordo com dados – produziram anticorpos e glóbulos brancos para combater o vírus. A vacina não apresentou nenhum efeito colateral grave e provocou respostas imunes com anticorpos e células T.
A vacina desenvolvida em Oxford é uma das mais promissoras para combater o novo coronavírus e já está na terceira e última fase de estudos clínicos, quando é avaliada sua eficácia para imunizar seres humanos. Essa etapa acontece de forma simultânea no Reino Unido, no Brasil e na África do Sul. A vacina está sendo testada em 50 mil pessoas, incluindo 5.000 brasileiros (duas mil em São Paulo, duas mil na Bahia e mil no Rio de Janeiro).
É válido salientar que os resultados da pesquisa divulgada pela Lancet se referem à primeira e à segunda fase dos estudos clínicos, quando foram analisadas, respectivamente, a segurança da vacina — como possíveis efeitos colaterais — e a capacidade de produzir uma reação do sistema imunológico.
O estudo aponta que o grupo que recebeu a vacina apresentou algumas reações locais e sistêmicas, como fadiga, dor muscular, febre e dor de cabeça — muitas das quais reduzidas pelo uso de paracetamol —, mas não foi registrado nenhum “evento colateral sério”. A pesquisa não avaliou, no entanto, quanto tempo esses anticorpos podem durar, aspecto que está sendo analisado na terceira fase. A vacina utiliza um adenovírus de chimpanzés para apresentar a proteína spike ao sistema imunológico.
Na última etapa dos estudos clínicos, os voluntários serão acompanhados por 12 meses, até junho do ano que vem. Porém a multinacional AstraZeneca, responsável pela fabricação do medicamento em nível mundial, espera ter resultados confiáveis em setembro. A empresa já iniciou a produção da vacina e planeja começar sua distribuição ainda em 2020, caso os resultados da terceira fase dos estudos clínicos sejam positivos.
A vacina de Oxford está entre as principais candidatas na luta contra a covid-19, ao lado de outros em ensaios de estágio intermediário e final. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), existem atualmente 163 substâncias candidatas a vacina contra a covid-19 em desenvolvimento em todo o mundo. Também segundo a OMS, a de Oxford é a que se encontra em estágio mais avançado de testes.
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