Por Lindenberg Junior
O Clube de Regatas Flamengo é o time mais querido do Brasil e, junto com o Corinthians, de São Paulo, (segundo algumas pesquisas feitas no passado) são os times com as maiores torcidas do Brasil. Pelo time do Flamengo já passaram inúmeras lendas do futebol brasileiro, entre as quais Zico, carinhosamente conhecido como “Galinho de Quintino”, e Junior — a meu ver, o melhor lateral esquerdo que o Brasil já teve. Depois de alguns anos no vermelho, e somando atrasos em pagamentos a seus jogadores, o Flamengo começou a dar a volta por cima com uma reformulação a partir de 2013 e grandes façanhas em 2019.
Mesmo sem ter feito nenhuma venda significativa de jogadores nesse respectivo ano, a “instituição” Flamengo conseguiu o maior lucro da história do futebol brasileiro. Segundo o balanço financeiro divulgado no começo de 2015, o clube teve um superávit de R$64.311 milhões em 2014, deixando para trás o Santos, de Pelé, que carregava a marca até então. O time da Vila Belmiro fechou 2005 com um faturamento de R$ 63.167 milhões, impulsionados por seus “meninos de ouro”. Entre eles, na época, Robinho. Esse é um detalhe que evidencia ainda mais a façanha rubro-negra.
Com a transferência de Robinho para o Real Madrid e de Léo para o Benfica, dentre outros, o time do Santos, na época, faturou R$93.577 milhões somente com a negociação de direitos federativos de seus jogadores. A cifra foi responsável por 69,1% de toda a sua arrecadação naquele ano. Mas, voltando a falar no “Mengo”, lembro que essa façanha foi alcançada graças ao apoio em outras receitas, como direitos televisivos, arrecadação nas bilheterias e parcerias com patrocinadores.
O “Mengo”, em 2015, continuou sua trajetória de recuperação, já que, no final de 2014, possuía uma dívida líquida de R$698 milhões. Até esse ano, o clube passou por um momento de grande austeridade e deu prioridade ao pagamento das dívidas. Entre 2016 e 2018, a gestão aumentou os aportes financeiros no futebol para trazer grandes nomes como Diego, Everton Ribeiro e Vitinho. No ano de 2019, houve agressividade no mercado e nos altos investimentos com grandes contratações de atletas.
Um ano coroado com títulos importantes, como o Campeonato Brasileiro e a Libertadores da América, e jogadores ilustres, que podem jogar em qualquer equipe do mundo — como Gabigol, Gerson, Bruno Henrique, Rodrigo Caio, Arrascaeta, Rafinha e Filipe Luís. Nesse mesmo ano, o Flamengo vendeu uma de suas mais promissoras estrelas. O jovem de 18 anos Vinicius Junior — em 2020, titular do poderoso Real Madrid espanhol.
Mas o Flamengo não é um clube, tampouco um time brasileiro. O Flamengo é uma instituição, que representa o futebol carioca e o brasileiro. Uma instituição que representa o amor do brasileiro pelo futebol e o suor do brasileiro trabalhador. Representa a grande massa de brasileiros espalhados país afora, desde uma cidade minúscula e pobre no estado da Paraíba até uma cidade de porte médio e promissora no estado do Paraná. Para se ter uma melhor ideia da “instituição” Flamengo e o que ele representa, cito dois casos, entre 2015 e 2016, que envolvem celebridades internacionais (e de Hollywood).
Na divulgação do filme “Velozes e Furiosos” (filmado em parte no Rio de Janeiro), as estrelas Vin Diesel e Dwayne Johnson pediram para vestir uma camisa do Flamengo na conferência de imprensa do filme no Brasil. E Ronda Rousey, um dia depois da sua vitória no UFC 190 no Rio, foi ao Maracanã assistir a um jogo do Mengo, com direito a uma camisa rubro-negra, fazendo ainda mais brasileiros se apaixonarem por ela. Como diz o cantor Pit Bull… “Dale, Mengo”!
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