Quando o assunto é música brasileira talvez pensemos em gêneros musicais como o Samba, a Bossa Nova, e o MPB, por exemplo. Tipicamente brasileiros, durante muito tempo esses ritmos refletiram as preferências de uma grande parcela da população. Atualmente, no entanto, os sons que tocam nas rádios, fones de ouvido e que embalam festas já não são os mesmos de décadas atrás.
A preferência para as novas gerações tem sido o Sertanejo, o Funk e um diferente Forró. Principalmente entre o público jovem, os dois primeiros têm se mostrado o grande destaque. Basta uma rápida olhada entre as músicas mais populares entre os brasileiros no Spotify, serviço de streaming de música mais popular do mundo, para se ter uma ideia do atual gosto da população.
De acordo com uma balanço do próprio Spotify, os cinco artistas mais escutados durante todo o ano de 2022 eram sertanejos. Liderados pela “rainha da sofrência” Marília Mendonça, também tiveram destaques as duplas Henrique & Juliano; Jorge & Mateus; o cantor Gusttavo Lima; e as irmãs Maiara & Maraisa.
Com exceção de sertanejos e de alguns poucos sucessos de artistas internacionais – a cantora inglesa Dua Lipa, por exemplo, foi a única não brasileira a estar no top 10 dos artistas mais escutados no Brasil em 2022, com sua música Don’t Start Now – também têm destaque hits de artistas de funk e de forró. O funk que faz sucesso hoje se originou do funk carioca dos 90’s e que tem referências do hip hop e música eletrônica. Atualmente esse estilo se ramifica em diversos tipos de funk, como o funk ostentação,o funk melody, o funk proibidão e o new funk.
Já o forró não é tão igual ao que nossos pais e avós escutam, mas sim um forró “mais jovem” e com fortes marcações de bateria: O “forrónejo”. A vertente se popularizou com artistas como Wesley Safadão, Xand Avião e Nattanzinho.
Um dado curioso é que, segundo uma pesquisa feita em 2019 pelo Departamento de Ciências da Comunicação da USP com estudantes de escolas públicas de São Paulo, o axé era um dos gêneros que os estudantes menos gostavam.
Martinho da Vila em 2021, em uma entrevista ao portal UOL no Brasil, admitiu que o samba perdeu espaço para o funk e o rap. O artista ainda declarou que o estilo das músicas mudou e outros estilos musicais ocuparam esse espaço. “O samba cresceu e, com o passar do tempo, passou a falar de outros temas. Se antigamente se cantava sobre preconceito, saudade e o cotidiano, hoje são letras mais românticas”, disse o sambista na época.
Diferentes gerações, diferentes gostos musicais
A pluralidade brasileira também é refletida entre as preferências por faixa etária. Um levantamento divulgado em 2018 pela JLeiva, consultoria especializada em cultura, mostra que jovens entre 12 e 15 anos têm o funk como gênero musical preferido. Em seguida, vêm o RAP e, só então, o sertanejo.
Entre os jovens de 16 e 24 anos, o sertanejo também ocupa o primeiro lugar, seguido do funk e da música pop. Já entre os jovens adultos – os millenials entre 25 a 34 anos, o sertanejo também é o preferido. O segundo lugar, no entanto, é ocupado pela MPB. Esse cenário também se repete entre os adultos de 35 a 59 anos.
O grupo acima de 60 anos, no entanto, se mostra diverso enquanto aos gostos musicais, apontando diversos gêneros musicais como seus preferidos, inclusive a música erudita. Mas provando que o sertanejo se estabeleceu no Brasil, esse grupo também escuta canções como as de Zé Neto & Cristiano, Matheus & Kauan. Ainda entre essa faixa etária, os dois cantores mais escutados são Roberto Carlos e Caetano Veloso.
O que teve bombado no Brasil em 2022 e está em 2023?
Para você que ainda não teve a oportunidade de conferir, nós temos um perfil no Spotify com algumas playlists com hits do Brasil e dos EUA nos últimos tempos, incluindo duas que fizemos em fevereiro de 2023 com o melhor do Funk/Rap e do Sertanejo, e uma exclusiva apenas para aquela viagem show de carro pela Califórnia!
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