Por Laís Oliveira
211 brasileiros desembarcaram no aeroporto de Confins, em Minas Gerais, após serem deportados dos Estados Unidos na última semana de janeiro. Do total, 90 eram crianças, que, junto com os adultos, tentavam entrar ilegalmente no país por meio de um esquema conhecido como “Cai-Cai”.
Se antes quase todos os brasileiros simplesmente cruzavam a fronteira e atravessavam deserto, rio e pulavam muros na tentativa de entrar ilegalmente, agora muitos optam pelo esquema de “Cai-Cai” devido às suas particularidades.
Para o esquema acontecer é preciso que os imigrantes estejam com crianças, antes de tudo. Ao entrar nos Estados Unidos de forma ilegal, o objetivo desses imigrantes agora é se entregar aos agentes americanos quando são parados na fronteira.
Isso porque existe uma lei que garante que os responsáveis pelos menores de idade possam responder ao processo em liberdade. Como crianças não podem ficar sozinhas durante os procedimentos de repatriação ao Brasil ou de aceitação da entrada pelo governo norte-americano, o adulto que entrar nos Estados Unidos com um parente de 1º grau menor de idade e se entregar às autoridades pode aguardar os trâmites legais em liberdade.
O esquema “Cai-Cai” é bastante explorado por coiotes e contrabandistas que cobram milhares de reais por cada pessoa que deseja entrar ilegalmente nos Estados Unidos.
Ao pousar em Confins, o desembarque dos brasileiros deportados durou quase cinco horas. O motivo é que a Polícia Federal, em conjunto com o Juizado da Infância e da Juventude, além do Conselho Tutelar, entrevistaram cada um dos 211 brasileiros, verificaram documentos e também o histórico de todos.
Desde o final de 2019, quando o governo mudou a política de trato de cidadãos no exterior, 51 voos dos Estados Unidos já desembarcaram no Brasil trazendo brasileiros deportados por tentar entrar ilegalmente. Até o final de janeiro deste ano, o total de deportados somava 3.831 pessoas.
Facebook Comments