Milhares de mulheres estiveram presentes no centro da cidade, no sábado, dia 18 de janeiro (2020), para a tradicional Marcha das Mulheres que acontece pelo quarto ano consecutivo. A primeira marcha aconteceu um dia depois da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
Los Angeles se somou a outras várias cidades no país com o mesmo propósito: advogar por ações que afetam as mulheres e promover a participação feminina no que se refere a decisões políticas. Metrópoles como Washington, São Francisco, Nova York, e Chicago também foram às ruas pelos direitos das mulheres.
Homens e mulheres aproveitaram a ocasião para exigir uma agenda clara dos direitos da mulher pelo próximo presidente dos Estados Unidos. Inclusive, os homens presentes também expressaram seu apoio às mulheres e a importância de “respeitá-las e honrá-las”. O manifesto foi pacífico e reivindicou, entre outras coisas, os direitos reprodutivos da mulher e os direitos de ganharem igual que os homens. Em um segundo plano as exigências foram no que diz respeito a uma reforma das leis de imigração, a justiça social e a sustentabilidade do planeta.
Os participantes expressaram a importância de promover a inclusão de mais mulheres em cargos públicos, especialmente nas eleições deste ano (2020). Vários participantes aproveitaram o evento para expressar sua rejeição a diversas medidas implementadas pelo governo Trump.
Com faixas e cartazes, os manifestantes exigiram que os políticos atuais e os novos que possam ser eleitos nas próximas eleições prestem atenção ao tema climático, à justiça social, à liberdade reprodutiva e os direitos dos imigrantes. A marcha das mulheres vem tendo alcance nacional com a participação de centenas de organizações que lutam pelos direitos das mulheres em todo os Estados Unidos.
Jennifer Lang, uma ginecologista e obstetra de Beverly Hills, declarou ao Los Angeles Times, por exemplo, estar um pouco consternada com o número reduzido em 2020, especialmente durante um ano de eleições presidenciais, mas acreditava que era importante acontecer. Lang lembrou que sua avó marchou pelo direito de ter acesso ao controle de natalidade antes da decisão Roe vs. Wade da Suprema Corte americana. A medica levou também sua filha de 11 anos, Sheila, ao evento para continuar o legado de sua família em defender os direitos das mulheres.
Alguns dos manifestantes estavam vestidos como no início do século XX em comemoração ao 100º aniversário da adoção da 19ª emenda à Constituição, dando às mulheres o direito de votar. Emily Guereca, presidente da Women’s March Foundation em Los Angeles, disse que 60% dos que marcharam eram participantes pela primeira vez. Entre eles, havia mais de uma dúzia de estudantes da Ánimo Leadership High School, em Inglewood, que exibiam cartazes que diziam “Mulheres Empoderadas Empoderam Mulheres”.
Julissa Ayala de apenas 17 anos, esteve lá pela primeira vez e sua maior motivação era mobilizar-se por salários iguais. “O fato de as mulheres receberem menos que os homens por trabalho igual é simplesmente ridículo”, disse Julissa. “Está errado”. Osvaldo Barba, também de 17 anos, carregava uma bandeira mexicana e usava uma jaqueta jeans com o logotipo “United Farm Workers”. “Estamos aqui em apoio as mulheres mas também pelos direitos dos imigrantes!”
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