O Latin American Center da UCLA foi o primeiro local nos Estados Unidos a exibir o documentário “Noke Haweki” no dia 13 de março
O documentário marca pela originalidade cinematográfica, pois, o roteiro e filmagem foram feitos pelos próprios índios Katukina do interior do Acre, Brasil, e a direção ficou por conta do chefe da tribo, Sherê Katukina. O filme mostra a vida e os anseios deste pequeno povo, remanescente de uma grande nação. E entre os seus desejos de preservação de sua cultura está a divulgação de sua medicina maior, a vacina do sapo, o Kambô, uma técnica milenar de cura entre as populações indígenas de uma parte da Amazônia, porém pouco difundida fora da nação Katukina. A sua aplicação causa desconforto por aproximadamente 20 minutos, mas os seus efeitos são considerados eficazes tanto fisicamente quanto psicologicamente. Ele trata principalmente das tristezas e mágoas (panemas) que os fazem ser menos felizes e ter menor intuição, considerada a principal virtude deste processo. Livre dos panemas sua habilidade na caça é redobrada, sua resistência, alegria e calma recuperadas. Também atua sobre o sistema imune da pessoa que está sendo tratada. Os Katukina pretendem repartir os conhecimentos sobre o Kambô com a humanidade, desde que sejam preservados todos os direitos que possam advir disto. Após a exibição, Luiz Carlos Saldanha, satisfez a curiosidade de público respondendo diversas perguntas. Saldanha, um dos pioneiros em filmagem etnológica no Brasil, é o responsável pela co-direção e cinematógrafia do filme “Raoni, the Fight for the Amazon”. Um dos seus mais recentes projetos consiste em ensinar a os índios Katukinas como usar o cinema como um instrumento de preservação da sua cultura, resultando no documentário.
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