Psyllium

O psyllium também auxilia na regulação intestinal, controle da glicemia e colesterol

O psyllium, uma fibra alimentar natural, tem ganhado destaque nas redes sociais como um possível aliado na perda de peso. Influenciadores relatam que a substância promove saciedade, ajudando a reduzir o apetite — o que levou a comparações com medicamentos populares como Ozempic e Mounjaro, utilizados no tratamento da obesidade. Mas o que é o psyllium, quais seus verdadeiros benefícios, e quais cuidados são necessários no consumo?

O psyllium é uma fibra solúvel extraída da casca das sementes da planta Plantago ovata, originária da Ásia. Quando misturada com água, essa fibra forma um gel espesso e viscoso, que desempenha várias funções no sistema digestivo.

O psyllium é tradicionalmente utilizado como laxante natural e também é empregado na indústria alimentícia como espessante. Mas suas aplicações vão além:

  • Regulação do intestino: por ser uma fibra solúvel, ajuda no funcionamento intestinal, tanto para aliviar a constipação quanto para melhorar quadros de diarreia leve.
  • Controle da glicemia: a fibra desacelera a absorção de carboidratos, evitando picos de glicose no sangue e aliviando a carga sobre o pâncreas na produção de insulina. Isso pode ser benéfico para pessoas com pré-diabetes ou diabetes tipo 2.
  • Redução do colesterol: estudos indicam que o consumo regular pode ajudar a reduzir o colesterol LDL (“ruim”), auxiliando na saúde cardiovascular.
  • Sensação de saciedade: por formar um gel no estômago, o psyllium prolonga a digestão e proporciona maior sensação de saciedade, o que pode contribuir com estratégias de emagrecimento.

Qual a diferença entre psyllium e Ozempic?

Ozempic é um medicamento utilizado no tratamento do diabetes tipo 2. Seu princípio ativo, a semaglutida, é uma substância sintética que imita o hormônio GLP-1, responsável por estimular a produção de insulina e controlar o apetite. O remédio se popularizou recentemente por provocar perda de peso, embora sua bula não traga indicação específica para tratar a obesidade.

Já o psyllium é um suplemento natural que atua mecanicamente no trato digestivo, retardando o esvaziamento gástrico e promovendo saciedade. Ele não tem ação hormonal nem substitui medicamentos como o Ozempic.

É importante esclarecer: o psyllium, por si só, não emagrece. Ele pode ajudar na saciedade, o que pode levar a uma redução na ingestão calórica ao longo do dia, mas isso não substitui uma dieta equilibrada nem medicamentos com indicação médica.

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O psyllium age de forma e natural no organismo

O psyllium não promove a queima de gordura nem estimula o gasto energético. No entanto, como é uma fibra, ele ajuda a reduzir o tempo de digestão e aumenta a sensação de saciedade, o que naturalmente diminui o consumo de calorias ao longo do dia — fator que pode favorecer a perda de peso com o tempo.

No entanto, a melhor forma de emagrecer de maneira saudável é por meio de uma dieta balanceada, acompanhada por um nutricionista, com foco em alimentos ricos em fibras, pobres em gorduras e açúcar, e com baixa densidade calórica. A prática regular de atividade física também é essencial para estimular o metabolismo e manter os resultados a longo prazo.

Algumas pessoas têm comparado seus efeitos com os da semaglutida — princípio ativo de medicamentos como Ozempic e Mounjaro—, que realmente atuam diretamente na regulação do apetite por meio da ação hormonal. No entanto, a semelhança termina na sensação de saciedade: o psyllium é um suplemento alimentar, e não um medicamento com ação metabólica direta.

Como começar a tomar psyllium 

Para obter os benefícios do psyllium com segurança, é importante seguir algumas orientações. Primeiro, comece com uma dose baixa, como meia colher de chá, permitindo que o organismo se adapte gradualmente à nova rotina de fibras. Você pode ingerir, por exemplo, junto a alguma fruta, em iogurtes, na salada ou em receitas.

É essencial também beber bastante água ao longo do dia, já que o psyllium precisa de líquido suficiente para se expandir e se mover pelo sistema digestivo sem causar obstruções.

Outro ponto importante é respeitar as dosagens recomendadas na embalagem ou aquelas prescritas por um profissional de saúde. Além disso, o psyllium deve ser consumido em horários adequados, preferencialmente longe de horários em que você esteja tomando algum possível medicamento, pois pode interferir na absorção de certos remédios.

Apesar de ser um produto natural, o psyllium pode causar efeitos indesejados, especialmente no início do uso ou quando consumido em excesso. Entre os sintomas mais comuns estão gases, inchaço abdominal, cólicas e náuseas. Caso os sintomas sejam intensos ou persistam, o ideal é suspender o uso e buscar orientação médica.

Quem deve evitar o uso de psyllium?

Embora seja um produto natural, o psyllium não é indicado para todos. Veja as principais contraindicações:

  • Crianças menores de 6 anos
  • Pessoas com alergia à Plantago ovata
  • Portadores de doenças gastrointestinais graves (como obstruções intestinais ou estenoses)
  • Indivíduos com dificuldade de controlar o diabetes (especialmente se fizerem uso de insulina, devido ao risco de hipoglicemia)
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Alimentação equilibrada e exercício ainda são a base do emagrecimento saudável

Embora o psyllium possa ser um aliado importante na rotina de quem busca mais saúde e bem-estar, ele não faz milagres sozinho. Seus efeitos são potencializados quando associados a uma alimentação equilibrada. Além disso, a prática regular de exercícios físicos, o sono de qualidade e a boa hidratação são pilares fundamentais para o emagrecimento saudável e a manutenção da saúde a longo prazo. O caminho mais seguro e eficaz para cuidar do corpo continua sendo o equilíbrio — e o psyllium pode ser parte disso.